09 maio 2018

Bruges, a mais romântica cidade belga: roteiro de 1 dia de passeio

Sabe aquele tipo de cidade fofa, charmosa, bonita e romântica que dá vontade de dobrar e guardar dentro do bolso e levar para sempre com você? Assim é Bruges, uma pérola belga, também conhecida como a Veneza do Norte pela quantidade de canais que cortam a cidade e que te farão colocar a Bélgica no seu próximo roteiro europeu. 

Então vamos então passear por Bruges?



Confesso que já faz um tempinho que visitei essa cidade incrível, mas estava devendo isso a vocês e, como algumas informações não mudam e como a cidade continua lá intacta no seu lugar, vou compartilhar as minhas impressões de quando fui, no início de abril de 2013, e algumas dicas que te ajudarão a planejar uma visita. 


Quando fui? Qual a melhor época?

Era primavera, ou pelo menos deveria ser rsrs..., mas fazia um frio danado porque, naquele ano de 2013, o inverno foi extremamente rigoroso e avançou no início da primavera, mantendo as ondas de frio. Já era eu para eu ver tudo florido com temperaturas mais amenas... nada disso! Estava frio e o dia, infelizmente, mais cinzento do que eu esperava ver. Por isso é sempre muito importante pesquisar antes de viajar sobre a previsão do tempo para tentar não errar tanto na roupa e no roteiro.

Em regra, o que podemos dizer sobre a tendência do clima em Bruges é que costuma ter um inverno mais rigoroso em função dos ventos frios do Báltico, especialmente os meses de janeiro e fevereiro, que são os mais frios, mas raramente vai ter temperatura abaixo de 0ºC.



Os meses mais chuvosos são julho, agosto, outubro e dezembro, sendo que entre julho e setembro, com temperaturas mais elevadas, podendo chegar até a 30ºC, pode ser interessante também. Costumam dizer, com base nisso, que o melhor período para visitar a cidade seria de maio a setembro.

Porém, na verdade, dá para visitar Bruges o ano inteiro e só dependerá de você definir se prefere uma época mais quente, mais fria, com pouca chuva ou com maior risco de chuva. Isso sem contar que, com estações do ano bem definidas, cada época do ano terá seu charme e valor!

Como disse, eu fui em abril, esperando ver um cenário mais colorido, mais florido, com temperatura mais amena, mas não dei muita sorte. Ainda assim, apesar do frio e do dia mais cinzento do que ensolarado, ao menos não choveu! E se tem uma coisa que me deixa triste é quando programo de conhecer um lugar com passeio a céu aberto e cai aquela chuva, sabe? Affeee... isso sim é difícil de administrar... o resto, a gente abstrai!




Obs: durante os meses de verão, os preços podem até dobrar.

Como Chegar?
Como eu estava hospedada em Bruxelas, aproveitei a oportunidade para fazer um Day Trip a Bruges de Trem. 

ATENÇÃO: Eu me arrependi de ter feito só um bate e volta entre Bruxelas e Bruges. Portanto, se puderem encaixar ao menos uma pernoite na cidade, será muito mais gostoso e interessante poder ver o anoitecer em Bruges, curtir a cidade à noite iluminada... façam isso por mim porque agora eu sei que terei que voltar!



Localizada na Província de Flandres Ocidental, a cerca de 100km de Bruxelas, achei super prático ir de trem para lá, mas confesso que fiquei com vontade de fazer esse mesmo percurso de carro e, melhor ainda, parando um pouco para conhecer também a cidade de Gante que fica bem no meio do caminho e é outra lindeza belga que merece a visita.

Assim, peguei o Trem na Gare Midi de Bruxelas e rapidamente (menos de 1 hora de viagem), cheguei em Bruges. Optei por sair bem cedinho de Bruxelas para voltar no final do dia e aproveitar ao máximo o dia por lá. 

Como comprei naquela época um bilhete de trem "open ticket", o que significa poder usar em qualquer horário do dia, eu estava com bastante liberdade de planejar esse deslocamento do jeito que achasse melhor. 

Como se comunicar?

Na Bélgica, há 3 idiomas oficiais: francês, neerlandês e alemão. De modo geral, eles falam inglês muito bem também, caso você não domine nenhum dos outros idiomas. Eu diria até que, na Bélgica, pelo que pude ver, eles parecem gostar de falar mais em francês do que em outro idioma, mas dá para se virar bem com inglês sim. Eu mesma não tive dificuldade. 

Lembrando que brasileiro não precisa de visto, mas tem que apresentar passaporte válido, com pelo menos 3 meses antes do seu vencimento, e a permanência máxima para turista é de 90 dias.

O que fazer em Bruges?

Bruges é aquela típica cidade medieval linda, bem conservada, toda murada. Desembarcando pela estação de trem principal, você não terá dificuldade em seguir o caminho até encontrar a entrada da Cidade Histórica. 


Entre a estação de trem até o Powder Tower ou o Minnewater Lake, são uns 700 metros no máximo, algo como 9 minutos de caminhada, super perto e fácil de achar. 

Seus portões de entrada são famosos, mas eu nem os vi, porque, para chegar em alguns deles, teria que caminhar um bocado e percorrer todos não daria tempo. 

A título de curiosidade, são os seguintes portões: Kruispoort (3km até a estação de trem), Smedenpoort (1km da estação), Ezelpoort (2,4km da estaçaõ de trem) e Gentpoort (2,0km até a estação de trem). 

E, se tiver tempo e disposição para fazer essa caminhada, também será possível ver 3 moinhos de vento.

Aliás, é bom se preparar para caminhar um cadinho no seu daytrip em Bruges. A começar pela estação de trem, que fica do lado de fora dos muros, são cerca de 30 minutos de caminhada até a praça principal, a Grote Markt.

Logo, vá com um calçado confortável!



Uma dica é: sair da estação de trem, passar pela Stationsplein (a praça da estação), seguir pela Oostmeers e seguir na direção do Centrinho de Bruges, passando primeiro pelo Lago do Amor (Minnewater - um lago canalizado), por onde o rio Reie entra na cidade, que é um lugar lindo para fazer uma pausa, olhar a paisagem, fotografar, observar os cisnes.


Ahhhh... os cisnes! Tem como ser mais romântico?

Nessa mesma região, próximo ao Lago do Amor, está o Begijnhof, uma espécie de convento para mulheres não-ordenadas, construído no século XIII, fundado em 1245 pela Condessa de FlandresMargaretha de Constantinopel, os Jardins das Beguinas de Flandres é um lugar religioso, onde o clima de paz, silêncio e harmonia predominam. Fiquei encantada com os jardins e as casinhas ao redor.


Na sequência, siga caminhando na direção da Igreja de Nossa Senhora (Onze Lieve Vrouwekerk), que vale a visita (na época custou 2 euros) para ver de perto uma escultura da Virgem Maria com criança – Madona – de Michelangelo



Com seus 122 metros de torre, ela é facilmente avistada no céu da cidade. Mas passava por restauração quando fui e não tinha como visitar toda a igreja no seu interior. O horário de funcionamento é de segunda a sábado, de 9:30 às 17:00, e domingo de 13:30 às 17:00 (mas é sempre bom verificar antes). 


Depois da visita à Igreja, seguindo pela Steenstraat, você vai chegar na Grote Markt (antigo mercado central) de Bruges, que é a pracinha principal, linda, cercada de restaurantes e bares em cujo cenário ganha destaque o Campanário.


O Centro de Histórico de Bruges, que é um excelente exemplo de assentamento medieval, é Patrimônio da Humanidade desde 2000. E dei muita sorte de chegar na Grote Markt (já que cheguei cedo) e pegar uma feirinha, onde pude fazer várias degustações de produtos locais. 



Uma das coisas de que mais gosto das feirinhas da Europa é a possibilidade de provar as delícias que estão à venda, porque eles sempre oferecem para a gente experimentar! E não é difícil comprar alguma coisa gostosa e diferente! Frutas frescas, queijos, pães... hummmmm... tudo tão saboroso!

A Grote Markt é o coração medieval da cidade, sem sombra de dúvidas, o lugar mais movimentado! Para quem puder pernoitar em Bruges, eu sugiro que se hospede nessas imediações, onde há muitos restaurantes. Já para o final do dia, voltei nela para almoçar e tomar uma maravilhosa cerveja belga!




Diga-se de passagem, as cervejas belgas são espetaculares!!! Experimente as mais diferentes que você puder, pois são centenas de rótulos. Mas, na falta de ideia do que pedir, a Leffe nunca decepciona.

Depois de passear pela feirinha, eu fui ao Campanário (Belfort van Brugge), pois tinha lido que a vista lá do alto era incrível! Mas olhem... a fila para entrar era surreal quando fui e por muito pouco que eu não desisti! Só para que tenham ideia, eu fiquei 1 hora na fila para subir as escadas da torre. Enfim... ao menos valeu a pena porque, de fato, a vista é incrível!


Trata-se de uma torre medieval com mais de 83 metros, onde eram guardados os documentos importantes da cidade, com 47 sinos e tão somente 366 degraus (e eu juro que tinha fila para subir os 366 degraus!!). 


Peeeeense em uma torre medieval, com uma escadaria estreita, onde mal passam duas pessoas... é por aí! Turista é tudo doido, né? Rsrs... Se você sofre de claustrofobia, repense antes de subir.

Pelo menos eu cheguei lá no alto e a visão panorâmica realmente não decepcionou. Mas não espere poder tirar muitas selfies e fotos em grupos, porque a vista que se tem é de uma janelinha cheia de grades que fica meio no alto (os baixinhos terão dificuldade). 


Se você tiver disposição e tempo, vale a pena sim para se situar, ver as praças do alto e os canais que cortam a cidade. A entrada é paga e fica aberta todo dia, das 9:30 às 17:00 (mais uma vez, sempre verifiquem antes o horário pois alterações acontecem a depender da época do ano, por exemplo, os horários do verão costumam ser diferentes dos de inverno).




Dica: Loja Spegelaere, que fica na rua Ezelstraat 92, é um ótimo lugar para comprar pralinés, o famoso doce feito com amêndoas e caramelo.

Pertinho da Grote Markt fica outra praça linda, fofa, cercada por edifícios históricos e com jeitinho de que parou na Idade Média: praça Burg.

Foi na Praça Burg que o Conde Baldwin fortificou o primeiro castelo para se proteger de invasões de normandos e vikings. Nela fica a Prefeitura (Stadhuis) em estilo gótico, construída entre 1376 e 1420.

Caminhar por ali é tão prazeroso que mal dá vontade de seguir explorando a cidade. Contemplem as carruagens, o vai e vem das pessoas, as janelas compridas da Prefeitura, a Igreja de St. Donatius, o Palácio do Bispo.


O conjunto arquitetônico da Praça Burg é até mais bonito, na minha humilde opinião, do que o da Grote Markt (embora o da Grote Markt seja mais colorido).


Um momento muito especial que vivemos na visita a Bruges foi na Praça Burg, pois tive a alegria de entrar na Basílica do Sagrado Sangue, considerada sagrada por conter um precioso relicário, um frasco de cristal que supostamente guarda gotas do sangue de Jesus Cristo, colhidas por José de Arimateia, em Jerusalém, trazido pela Segunda Cruzada em 1150.


O relicário fica exposto durante a Semana Santa e, como cheguei em Bruges poucos dias após a Páscoa, ele ainda estava lá exposto, no Segundo andar, onde havia várias pessoas em procissão para se aproximarem dele e fazerem suas orações.



Não sei dizer se é verdade. O que posso afirmar é que a energia é muito grande e ver a fé que move as pessoas que vão à Basílica e a crença de que ali está realmente o sangue de Cristo é algo cativante e muito bonito. Mesmo que não seja verdade, o lugar merece uma visita e a vibração energética se faze presente, com muita paz.

No primeiro andar da Basílica do Sagrado Sangue fica a St. Basil’s Chapel, lindíssima também, embora mais simples, construída entre 1139 e 1149.

Outro cantinho lindo de Bruges fica atrás da praça Burg. Caminhando como se fosse para trás dessa praça, ou seja, atrás da Basílica do Sagrado Sangue, você vai se deparar com belas paisagens, canais, mais edifícios medievais de Bruges, lugares que rendem fotos memoráveis e uma caminhada muito enriquecedora.



E, por falar em canais, uma das minhas grandes tristezas em Bruges foi não ter feito o passeio de barco pelos canais. O problema é que estava muuuuuuuuuuito frio!! Muito frio mesmo! Ventando também! 

Daí, como os barcos são abertos, eu realmente achei melhor seguir caminhando, buscando me esquentar de alguma forma, explorando a cidade, entrando nas igrejas, degustando as comidinhas na feirinha, mas eu fiquei morrendo de vontade de fazer (bastou ter uma companhia ao meu lado querendo ir... só que meus pais, que me acompanharam nesta viagem, não quiseram).



Nem preciso dizer que quero voltar!! Aposto que o Julio teria me acompanhado, não acham? E seria tão romântico também... não deixem de fazer e lembrem de mim!!

Bem, para quem desejar fazer o passeio de barco, ele leva de meia a uma hora e há pelo menos cinco pontos de embarque e desembarque espalhados pela cidade e seus canais. Um deles fica atrás da Torre Belfort – Campanário – perto da Igreja de Nossa Senhora. Os passeios saem todos os dias, das 10h às 18h, de março a novembro (eu acho que no auge do inverno eles não saem). E custava na época algo em torno de 8 euros.

Ainda nas nossas andanças, a gente visitou a Catedral de St. Saviour, que é a mais antiga igreja de Bruges, construída entre os séculos XII e XV, após ter sido destruída por um incêndio. A parte mais antiga dela é a torre. A entrada é gratuita e merece a visita. Ela é muito bonita e muito grande, imponente!



Ahhh, eu não visitei os Museus do Chocolate nem o da Batata Frita. Li vários blogs dizendo que era furada, por isso eu nem me animei a perder meu tempo em Bruges com eles, até porque eu estava muito mais interessada em percorrer suas ruas, absorver sua energia, contemplar seus edifícios... 

Por fim, não deixem de caminhar – e que tal se perder? – pelas ruelas e canais de Bruges.

O que comer em Bruges?

Como uma autêntica cidade belga, não poderia ser diferente: chocolates! Comam muito chocolate belga por mim! A dica é visitar a Loja Galler, que fica na Steenstraat 5, ao lado da Grote Markt, onde são oferecidos alguns chocolates para degustar! Não que você precise provar os chocolates antes de comprar, porque eles são realmente maravilhosos... mas é para você poder alguns de graça kkkk... afinal, em tempos de alta de euro, fazer uma degustações já ajuda, né?


Bebam algumas das cervejas sensacionais belgas! Se você acha que em matéria de cerveja somente Alemanha e República Tcheca se destacam, está enganado! A Bélgica é outro templo da cerveja e, em Bruges, indico o Bar Staminee de Garre, na rua de Garre 1.


Outra iguaria belga que recomendo que experimentem é seu típico prato, Moules et Frites! Nada mais é do que mexilhões ao vinho branco com batatas fritas... Num primeiro momento pode parecer estranho imaginar essa combinação que não é das mais bonitas nem fotogênicas... eu sei! Mas sério, gente.. não se deixem levar pelas aparências e provem, ao menos provem! Eu adorei e comi mais de uma vez esse prato por lá. 

Obs: Se você for do tipo que não resiste a fazer comprinhas também quando viaja, ande vagarosamente pela Zuidzandstraat, onde há várias lojas bem bacanas para entrar, olhar vitrines e cair em tentação rsrs...


E assim foi o meu dia em Bruges, essa cidade tão preciosa, uma joia de arquitetura medieval tão bem preservada. 

Ficamos lá até o anoitecer e pegamos o trem de volta para Bruxelas já de noite, o que foi uma das facilidades por termos comprado bilhetes open tickets que permitem o embarque no horário que quiser sem assento marcado. A vantagem deste deslocamento entre Bruges e Bruxelas é que há trem quase que de hora em hora. Mas vale um alerta final sobre Bruxelas: vejam direitinho para qual a estação estão indo para pegar o trem certo e não descer na estação errada, já quem em Bruxelas há as estações Midi, Nord, Centraal.

Espero que tenham gostado... a ideia de conhecer Bruges era essa mesma, de fazer um passeio bem contemplativo, bem devagar, para curtir ao máximo sua atmosfera e ficar morrendo de vontade de voltar e ficar ao menos 1 noite por lá. 




  1. Bruges é inda mesmo. Dá vontade de passar 1 mês nessa cidade e mesmo assim acho que eu gostaria de ficar mais um tempo rsrs. Adorei o post, a propósito. Cheers.

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    Respostas
    1. Que bom que gostou! É uma das cidades mais lindas mesmo... super fofa e romântica!
      Seja sempre bem vindo aqui no blog!
      Abraços

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