O último post contando para vocês como foi a minha experiência no RuralTur 2017, promovido pelo Sebrae Pernambuco e APPETUR, vai ser um belo passeio pelo litoral norte e sul do estado, mas sem perder a essência desse roteiro, de resgatar tradições centenárias dos Engenhos de Açúcar, algo que marcou fortemente a história do Estado.
Saindo da cidade de Vicência, onde eu estava no Engenho Jundiá, na região da Zona da Mata Norte, segui meu rumo para o município de Goiana, a última cidade pernambucana antes da divisa com o estado da Paraíba.
Mas antes disso, vejam aqui as matérias anteriores para verem como foi a visita aos municípios de Paudalho e Vicência:
- Rural Tur 2017 - Pernamebuco: Paudalho
- Rural Tur 2017 - Pernambuco: Vicência
Vocês podem ver tudo o que foi postado no instagram acessando a tag #ApaixonadosPorViagensPernambuco17 , onde há cerca de 30 fotos e dicas!
Então lá fui eu para o litoral... mas, como assim? Litoral? Calma que o litoral foi só para dar um gostinho de azul e verde para mim e colocar mais um destino na minha listinha para retornar com calma e curtir rsrs...
Mas antes disso, vejam aqui as matérias anteriores para verem como foi a visita aos municípios de Paudalho e Vicência:
- Rural Tur 2017 - Pernamebuco: Paudalho
- Rural Tur 2017 - Pernambuco: Vicência
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Então lá fui eu para o litoral... mas, como assim? Litoral? Calma que o litoral foi só para dar um gostinho de azul e verde para mim e colocar mais um destino na minha listinha para retornar com calma e curtir rsrs...
Fui igualmente muito bem recebida pela Luciana e sua mãe, que era senhora de engenho e tem muitas histórias para contar da sua infância, dos tempos do Engenho Massaranduba do Norte, que tinha 340 hectares e foi desmembrado.
Acompanhando o processo natural de modernização e de investimento no turismo local, eles tiveram a brilhante ideia de transformar parte da propriedade, em 2004, que antes pertencia ao Engenho, em Reserva Ecológica, o Aparauá Eco Aventura (conheça mais sobre esse lugar sensacional: http://www.aparaua.com.br/ - Rodovia PE-49, km 20 - Ponta de Pedras - aparaua@aparaua.com.br), um espaço incrível com trilhas, passeio de barco, de caiaque, banho de açude, banho de bica, restaurante, redário, bangalôs, brinquedoteca e outros...
Tudo isso por cerca de R$10,00 o day use (clique aqui e veja o tarifário), sendo que esse dayuse dá direito ao uso dos espaços comuns, o que abrange praticamente toda a área, porém, alguns passeios são cobrados à parte, como o passeio de barco, as trilhas longas, o uso do caiaque...
Com 40 hectares de Mata Atlântica e 6 nascentes de águas naturais, o Aparauá, cujo nome significa Massaranduba em Tupi-Guarani, um tipo de madeira abundante na região, faz parte de um grupo de áreas destinadas à Preservação Ambiental e eu fiquei encantada tanto com o projeto quanto com as boas práticas de sustentabilidade ambiental que são adotadas por lá que possibilitam a conservação dos recursos naturais e culturais.
Hoje o espaço, além de promover atividades de Educação Ambiental, trabalha também com Turismo de Lazer, Treinamentos Empresariais, Eventos, Confraternizações, Passeios Contemplativos, Turismo voltado para a Melhor Idade e Esportes de Ação, como Trekking, Cicloturismo, dentre outros. Eu mesma, quando cheguei lá, pude ver a confraternização de um grupo de policiais militares (era sábado) que tinham feito uma caminhada, um treinamento e já estavam se preparando para ir embora.
Também achei muito bacana por parte do Aparauá em empregar mão de obra local e incentivar uma maior integração com a população do seu entorno, notadamente o Quilombola São Lourenço que existe há séculos bem próximo de lá, composto por aproximadamente 300 famílias e conhecido em Pernambuco pelo protagonismo das mulheres como pescadoras artesanais - marisqueiras - e artesãs com trabalho feito em renda desde os primórdios.
Hoje em dia, sua principal fonte de renda vem da pesca de mariscos.
Sua origem remonta ao século XIX, quando famílias de negros e negras alforriados chegaram à região e lá se fixaram para viver. Outras famílias vindas de engenhos próximos a Goiana e Itamaracá também chegaram após a abolição.
Hoje em dia, sua principal fonte de renda vem da pesca de mariscos.
Sua origem remonta ao século XIX, quando famílias de negros e negras alforriados chegaram à região e lá se fixaram para viver. Outras famílias vindas de engenhos próximos a Goiana e Itamaracá também chegaram após a abolição.
Aliás, a Luciana me apresentou um pouco do artesanato desenvolvido pelas mulheres do Quilombola. São colares maravilhosos, feitos a partir do aproveitamento de cascas de mariscos, entrelaçando conchas nas redes... super estilosos e eu ainda ganhei um! Amei!
E se você tiver gostado também e quiser conhecer mais o belo trabalho desenvolvido por elas, acesse www.maosdepernambuco.com.br (Rua da Matriz 41, Povoação de São Lourenço)
E se você tiver gostado também e quiser conhecer mais o belo trabalho desenvolvido por elas, acesse www.maosdepernambuco.com.br (Rua da Matriz 41, Povoação de São Lourenço)
Foi realmente muito enriquecedor poder conhecer a história de vida dessas duas mulheres incríveis, dedicadas e apaixonadas pelo que fazem... a Luciana tem uma energia e uma empolgação que são contagiantes!
Antes de curtir um pouco a infraestrutura do Aparauá, até porque o tempo foi bem curto por lá, elas me apresentaram a região da Praia de Ponta de Pedras!
Sabe aquele mar azul que você respeita e dispensa filtro? Assim é a Praia de Ponta de Pedras, no município de Goiana, litoral norte do estado de Pernambuco, já na divisa com o Estado da Paraíba, que eu nem conhecia e saí de lá maravilhada com essas cores que hipnotizam!
Como é uma região ainda não tão turisticamente bombada, os preços por lá são muito bons e acessíveis. Logo, se você é do tipo que ama um mar de água quentinha, bancos de areia, mirantes lindos e quer pagar menos do que pagaria em Porto de Galinhas, por exemplo, que tal dar uma chance ao litoral norte de Pernambuco?
Visitamos também o Ponto Extremo Leste do Estado de Pernambuco e o Segundo das Américas, logo após a Ponta do Seixas, no litoral da Paraíba, que ainda é considerado o local mais ao leste, ou seja, o ponto mais próximo da África.
Contudo, a Luciana me explicou que, por causa da ação da erosão, a Ponta do Seixas na Paraíba está retraindo e que, muito em breve, é possível que Ponta das Pedras supere e passe a ser o primeiro ponto mais ao extremo leste do Brasil.
Não posso deixar de mencionar a beleza dos mirantes de onde pude avistar até mesmo a ponta sul da Paraíba! A divisa natural entre os dois estados é feita pelo rio Tracunhaém e a travessia costuma ser feita por uma barca que deve voltar a operar.
Estivemos no Farol, dei uma voltinha na praia... mas tudo só para dar gostinho de quero mais!
Voltamos para o Aparauá e aí eu pude contemplar melhor sua área de lazer linda, totalmente integrada à natureza, perfeita para descansar, para relaxar, para se desconectar!
Aliás, é para se desconectar mesmo porque não tem Wifi lá e o sinal de celular não pega! Vá preparado para ter um lazer como antigamente, sem ficar batendo papo no whatsapp, viu?
Fiz a trilha curta até o banho de bica e fiquei admirada com as mensagens pelo caminho que foram pintadas em tela pela própria Luciana.
Super revigorante tomar esse banho de bica após um dia intenso de passeio e num sol de escaldar! Era tudo o que eu precisava!
Quando retornei, já estavam me esperando para a gente almoçar. Acabou sendo um almojantar rsrs... a especialidade do restaurante do Aparauá não poderia ser outra: pratos regionais, com uma pitada da presença do mar no cardápio, pois, já que estamos no litoral, agora também temos frutos do mar, peixes, ostras... tudo uma delícia!
A mesa estava impecável e tudo muito muito gostoso mesmo! Ostra, galinha cabidela, feijão com coco que estava incrível.. super diferente! Amei amei!
E as sobremesas? Hummmmm... especiais! Reparem na apresentação dos pratos... que lindo! Um creme de ovos, que lembra os Ovos Moles de Aveiro, com sorvete de coco e uma torta de chocolate que é bastante tradicionais nos casamentos de Pernambuco e eu nem imaginava.
Portanto, agora você já sabe que se quiser um destino diferente, menos badalado e mais acessível, vá explorar o litoral norte de Pernambuco e aproveite para conjugar seus passeios com a praia de Ponta de Pedras, com direito a passeio de barco pelos bancos de areia, mas não deixe de curtir um belo dia na Reserva Natural do Aparauá Eco Aventura.
Inclusive, os planos da Luciana são de inaugurar em breve uma opção de hospedagem dentro do Aparauá, como se fosse um camping.
Portanto, agora você já sabe que se quiser um destino diferente, menos badalado e mais acessível, vá explorar o litoral norte de Pernambuco e aproveite para conjugar seus passeios com a praia de Ponta de Pedras, com direito a passeio de barco pelos bancos de areia, mas não deixe de curtir um belo dia na Reserva Natural do Aparauá Eco Aventura.
Enquanto isso não se concretiza, você pode ficar no Hotel Ponta de Pedras, que conheci rapidinho, e foi indicado pela própria Luciana (telefone: (81) 3616-1113 / clique aqui e veja no TripAdvisor, onde o hotel tem nota 9).
E como eu estava em ritmo de maratona, neste mesmo dia eu peguei a estrada novamente e fui levada pela própria Luciana para Cabo de Santo Agostinho. Foram cerca de 100 km em mais de 2h. Por isso mesmo, quando cheguei em Cabo de Santo Agostinho, mais especificamente na praia de Gaibu, já era noite.
Fui recebida pelo casal Teresa e Marcos, proprietários da Pousada Senhora de Engenho que, apesar de estar a 600 metros da Praia de Gaibu, possui esse nome em homenagem às mulheres da família que dedicaram suas vidas administrando engenhos de açúcar, em Amaraji, no interior de Pernambuco, executando um trabalho árduo numa época em que eram os homens que detinham o poder.
Onde: Vila dos Pescadores - Rua Águas Compridas, quadra A3
Email: senhoradeengenho@hotmail.com
Onde: Vila dos Pescadores - Rua Águas Compridas, quadra A3
Email: senhoradeengenho@hotmail.com
Já gostei de cara!! Olhem aí que a onda de empoderamento feminino, tão comentada atualmente, já era moda por lá há muitos anos!
Fizemos um lanche à noite e, por estar exausta, após conversar um pouco com eles, fui dormir para acordar bem cedinho no dia seguinte, que seria o domingo, e aproveitar ao máximo o meu último dia de RuralTur 17!
No dia seguinte, eu acordei cedo e fui caminhar um pouco pela propriedade da Pousada Senhora do Engenho, que tem nota 9.2 no Booking.com (clique aqui para ver - pontuação da época em que foi escrita a matéria).
A sensação é a de estar inserida em uma região mais bucólica, mesmo sabendo que estamos tão próximos ao mar.
A Pousada conta com suítes adaptadas para a melhor acessibilidade de cadeirantes e para a terceira idade, um grande estacionamento interno, muitas árvores de onde os proprietários retiram frutas para o consumo dos hóspedes no café da manhã, além de um jardim bem bonito também.
O quarto em que fiquei era de design clean, simples, espaçoso, com cama confortável, mesa de apoio e varanda. Apenas não gostei da porta que era de vidro e eu ficava com a sensação de ter meu vulto avistado do lado de fora rsrs... pode ser nóia de uma carioca que não está acostumada com isso, mas prefiro definitivamente uma porta de madeira mesmo.
Servido o café a manhã, não poderia ter sido mais regional e completo, com frutas, tapioca, sucos de fruta... ótimo para começar bem o dia e partir para mais passeios pela região.
A Pousada Senhora do Engenho está loalizada, como já disse, bem pertinho da Praia de Gaibu, que é uma das praias de Cabo de Santo Agostinho, uma região rica em sítios históricos e belezas naturais.
Eu já conhecia um pouco, pois estive em 2007 e 2014, curtindo as praias, ocasiões em que me hospedei em Porto de Galinhas. Conhecia Calhetas, já havia passado por mirantes, tomei um banho de argila rsrs...
Dessa vez, sabedores disso, Marcos e Teresa levaram-me para fazer um passeio de barco pela praia do Suape, que é um grande porto ali perto, talvez o porto mais importante de Pernambuco.
O passeio saiu da praia, pela manhã, com maré baixa, mas o desejo mesmo deles era que fizéssemos esse passeio de tarde para avistar o pôr do sol do alto mar. Em todo caso, foi ótimo o passeio!
Passamos pela impressionante barreira de arrecife, responsável por manter a praia abrigada, com mar calminho, sem ondas e podemos até dizer que isso também a protege de visitantes pouco desejados rsrs... os tubarões.
Infelizmente, eles migraram para as praias de Recife, especialmente a de Boa Viagem, e muitos biólogos entendem que parte da culpa dos ataques que acontecem por lá ter sido em razão da mudança ocorrida no ecossistema desta região do Suape por causa da construção do porto, que afetou o habitat natural dos tubarões., banco de areia e manguezal.
Paramos um pouco num banco de areia para relaxar... Ai que delícia tomar um banho de mar neste banco de areia. Eu, que estava em ritmo intenso de passeios há mais de dois dias, apreciei bastante esse momento!
O barco seguiu pelo canal que leva a um manguezal e mais paisagens lindas acompanharam a gente nesta parte contemplativa do tour.
Fiquei encantada com cantinhos novos que me foram revelados! Ou seja, mesmo eu já conhecendo boa parte deste destino, descobri o quanto ainda posso me surpreender ao voltar e descobrir algo diferente!
Depois fomos para a praia Enseada dos Corais, onde fizemos uma pausa para almoçar um peixe frito na praia.
De tarde, encerramos o Tour no sítio arqueológico da Igreja de Nazaré e Convento das Carmelitas, do século XVI, um visita obrigatória para quem estiver de passagem por Cabo de Santo Agostinho, pela relevância histórica e pela conservação impressionante da Igreja, apesar de que o complexo como um todo tem boa parte reduzida a ruínas, consequência de guerras e invasões holandesas.
O conjunto arquitetônico pertence ao Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti, com algumas construções que ainda guardam as características originais do século XVI. Pelo que pude perceber por lá, há um certo desenvolvimento gastronômico também, com café e bistrô que fiquei com muita vontade de um dia voltar e curtir por lá.
Por fim, como não resisto a um mirante, pedi que Teresa e Marcos me levassem para assistir ao pôr do sol.
Mas não logramos êxito na tarefa, em parte porque não deu tempo de achar um bom mirante com vista indevassada, em parte porque as nuvens não colaboraram.
Então, estivemos no Mirante para a praia de Gaibu, a caminho da praia de Calhetas, e aí sim pude ter uma ideia das praias do Cabo de Santo Agostinho e da sua sequência, algo que eu não tinha noção... coisa linda ver um pouco do anoitecer de lá!
Infelizmente, não deu tempo de visitarmos o Engenho Massangana, que estava nos planos de Teresa e Marcos em me levar lá, devido à importância de seu conjunto arquitetônico do século XIX, composto pela Casa Grande e Capela de São Mateus.
O lugar é tombado como Parque Nacional da Abolição por ter sido o local de residência, durante sua infância, do ilustre pernambucano e líder abolicionista, Joaquim Nabuco. O engenho está aberto a visitas somente de terça a sábado e, como cheguei na Pousada Senhora do Engenho no sábado já à noite, não dava mais tempo de ir lá.
Clique e veja no TripAdvisor o Engenho Massangana: localizado na estrada PE 60 – Km 10, em Cabo de Santo Agostinho - www.fundaj.gov.br
Assim, encerrando o RuralTur 2017, voltei para Recife onde fiquei hospedada por algumas horas, pois meu voo era de volta para casa foi na madrugada da segunda, no excelente e muito bem localizado Hotel Vila Rica, de frente para a orla da praia da Boa Viagem!
Um tour que começou com meu embarque no Rio de Janeiro na quinta feira à noite do dia 30 de novembro de 2017 e terminou com minha chegada no Rio na segunda do dia 4 de dezembro, trazendo na bagagem, além de muitos presentes que ganhei, um aprendizado absurdo de tanta coisa nova que eu pude absorver, ver de perto, tantas histórias que me foram contadas, tanto carinho com o qual fui recebida, tantas famílias que tive o prazer de conhecer...
Foi algo totalmente diferente do que eu imaginava que seria e que me surpreendeu do início ao fim, com destinos muito interessantes que me foram apresentados, com uma riqueza cultural e um toque humano que ficarão para sempre na minha memória!
Agradeço ao Sebrae Pernambuco pelo convite, pela confiança e oportunidade ímpar de ver de perto um Brasil que eu só conhecia dos livros e que me emocionou.
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