Por Julio Paulin
Com o inverno chegando (“winter is coming”, como se diz na série Game of Thrones), somos daqueles que deixamos a cerveja para tomar mais vinho. Assim como as nossas cervejas estão passando cada vez mais pelo raio gourmetizador, também os vinhos nacionais encontram-se cada vez mais elaborados e com mais técnica, investimento e profissionalismo. E quem ganha com isso? Todos: produtores e consumidores.
De olho nessa divulgação do bom produto nacional, a COISA NOSSA VINHOS E ETC organizou para este último 4 de Maio (2017), no salão de eventos do Novotel de Botafogo, um aconchegante evento Enogastronômico para divulgar essas marcas nacionais, de vinho, queijos, doces e até água mineral, com degustações de tudo isso, de dar água na boca só de lembrar para escrever esse post.
Começamos pelos queijos que já chamam atenção pela aparência e aroma. Compramos alguns queijos da Queijo com Prosa, que comercializam produtos de várias regiões do país.
Verifiquei depois que eles possuem um sítio eletrônico com muitas informações http://www.queijocomprosa.com.br/
Outro stand com queijo que chamou nossa atenção foi da Orolatte.
Acabou que não provamos os doces pois nos apressamos para a sala dos vinhos. Mas havia vários vendedores de guloseimas no estilo artesanal.
Além disso o evento contou com incríveis workshops/palestras com grandes profissionais do ramo Enogastronômico. Confira aqui como foi a agenda do evento (clique aqui)
Quando se pensa em vinhos finos no Brasil, logo nos vem à
mente o estado do Rio Grande do Sul, porém começamos admirados pela Cave
Pericó, de São Joaquim – SC, lugar de dias ensolarados e com noites frias, a
1300m de altitude. Os vinhedos são próprios, cultivados em espaldeira, a uma
altitude de 1300 metros acima do nível do mar.
Logo nos agradaram os espumantes Brut branco e Rosé, ambos
de refermentação pelo método clássico (champenoise).
Os vinhos Vigneto branco, Savignon Franc, de cor levemente amarela, e Taipa Rosé, de 60% Cabernet Sauvignon e 40% Merlot, também nos agradaram. Ambos possuem aroma frutado e chamam atenção pelo design de suas garrafas.
Vinhos Catarinenses foram uma grata surpresa, porém a revelação do evento, em nossa opinião, foram os vinhos do sul de Minas Gerais, da vinícola Luiz Porto. Fomos recebidos por um dos proprietários da vinícola, Junior Porto, que nos explicou sobre a inversão do ciclo da videira, técnica que deu muito certo parra o terroir e clima de Cordislândia, município do sul do estado.
Em muitas regiões vitícolas brasileiras, a vindima (colheita das uvas) coincide com a época de maiores chuvas, condição que afeta negativamente a qualidade dos vinhos obtidos, especialmente dos tintos. Para fugir da chuva na vindima, faz-se necessária a inversão do ciclo da videira, fazendo duas podas: uma em agosto, para a formação de ramos produtivos, e outra em janeiro, para frutificação. As videiras, portanto, brotam em fevereiro, florescem em março, formam cachos em abril para finalmente estarem prontas para colheita no inverno. De acordo com o “minerin”, os vinhos elaborados a partir dessa técnica possuem maior conteúdo de compostos fenólicos, índice de cor, maior qualidade ao vinho e potencial de guarda.
Tudo isso foi contato enquanto degustávamos o Espumante Brut e os vinhos Brancos Chardonnay e Sauvignon Blanc. Todos refletiram bem a conhecida qualidade dos vinhos brancos e espumantes brasileiros.
A qualidade dos vinhos tintos surpreendeu e quebrou um pouco do “pré-conceito” (conceito pré-definido) de que bons vinhos tintos brasileiros são extremamente caros.
Provamos o Dom de Minas Merlot, Dom de Minas Cabernet Franc e o Luiz Porto Cabernet Sauvignon. Pesquisei na internet e o preço deles que se encontra na faixa de R$60 a R$80. Portanto, pela qualidade oferecida, achei o preço bastante honesto.
Seguindo com a visita, chegamos ao stand da vinícola Hermann, com sede em Blumenau- SC, porém com vinhedos em localizados em Pinheiro Machado, a 430m de altitude, na Serra do Sudeste, estado do Rio Grande do Sul.
Experimentamos os espumantes Brut Bossa Nº 1 e o premiado Lírica, frutado e refrescante.
Na sequência, provamos pela primeira vez um vinho brasileiro de uva alvarinho, o Matiz Alvarinho. Essa uva é uma das mais nobres das castas brancas portuguesas, sendo muito usada para a produção de Vinho Verde, típico e exclusivo (DOC) da região do Minho, extremo norte de Portugal. A versão brasileira se saiu muito bem.
Já no final do evento chegamos aos vinhos do vale dos vinhedos, de Bento Gonçalves – RS. Essa região já possui tradição e renome para produzir vinhos de excelente qualidade, principalmente espumantes e brancos. Degustamos o espumante Brut e vinho branco Chardonnay.
Alguns stands representavam produtos de diversas vinícolas.
Os espumantes Nature Dom Laurindo e Brut Luiz Argenta foram os que mais nos
agradaram.
Deixamos para visitar por último o stand da tradicional vinícola Lídio Carraro, pois já conhecemos a qualidade dos vinhos e a vinícola (confira aqui no miniguia Serra Gaúcha). A Lídio Carraro já alcançou prestígio e reconhecimento nacional, especialmente após lançar a linha Faces, que foram os vinhos oficiais da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 (clique aqui para saber mais).
Degustamos o espumante Dádivas Brut, vinho branco Dádivas Chardonnay e o Agnus Tannat, um dos poucos tintos que nos agradaram nesse evento.
Só conseguimos terminar o evento inteiros porque nos hidratamos bem. A grata surpresa foi conhecer a marca de água mineral Quilombo, de alta alcalinidade (PH maior que 9,5), que muito se fala de suas propriedades medicinais.
O evento atingiu seu objetivo de apresentar ao consumidor carioca novos produtos com oportunidade para degustar e comprar. Agora temos na nossa lista algumas boas guloseimas e vinhos para comprar posteriormente.
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