07 dezembro 2016

City Tour em Viena

Outro passeio muito bacana que fizemos em Viena, que nos ajudou em um primeiro momento a nos situarmos, foi o City Tour pelo Centro Histórico da capital austríaca.


Muitos talvez me perguntem: mas não é fácil andar em Viena? Sim! É bem tranquilo até e se você for do tipo que curte pesquisar bem sua viagem antes, estudar o mapa e selecionar as atrações turísticas que te interessam visitar, talvez esse passeio não seja para o seu perfil.


Por outro lado, se você tiver uma rotina bem corrida, ou tiver planejado a viagem em cima da hora, ou não tiver paciência para estudar mapas nem pesquisar muito sobre o destino antes de viajar e só busca as informações mais básicas sobre o local, ou se sente inseguro por não saber falar inglês nem alemão, aí sim o City Tour será proveitoso no seu caso e para o seu perfil. 



Eu particularmente não curto city tour em ônibus, naquele modelo antigo em que a gente percorre os pontos turísticos sem nem sair do veículo vendo tudo da janela, sabe? Mas quando se trata de um ônibus Hop On - Hop Off, daqueles que integram bem a cidade em diversas linhas turísticas e percorrem suas principais atrações, permitindo que você desça em alguns pontos para visitar os lugares, aí sim eu gosto. 


Outro estilo de City Tour que me agrada muito é o Walking Tour, aquele passeio guiado por um profissional do turismo que vai te dar várias explicações bacanas sobre o local, sobre os pontos turísticos e vai te ajudar a ter aquela noção panorâmica legal da cidade, até mesmo para você se situar, entender-se com o mapa e se localizar, além de te ajudar a escolher as atrações turísticas que podem ser mais bacanas para você visitar depois e dar dicas preciosas que só os locais sabem. Para os mais curiosos, nesses passeios também é legal interagir com o guia, perguntar sobre sua vida, sua rotina, sobre a situação política e econômica da cidade e do país e outras amenidades locais que nem sempre encontramos tão facilmente na internet e que muitas vezes os locais passam para a gente uma perspectiva bem legal que não poderíamos imaginar. 


E foi assim que fizemos o Walking Tour Guiado pelo Pablo, um convite do Tourist Board de Viena, que nós adoramos e curtimos bastante a oportunidade de fazermos esse passeio guiado por um local (mais ou menos local, porque o Pablo - esse nome é nada austríaco, certo? kkkk - é nascido no Uruguai, mas mora há muuuuuuitos anos na Áustria, portanto, quase um local!).

O melhor de tudo foi poder combinar com o Pablo o horário de início do tour pelo whatsapp e em português!!! Siiiimmmm!!! Ele fala português muito bem!!! (contato +43(0)650 25 444 36 ou email: pablo.rudich@chello.at)


Foi um prato cheio para a gente! Primeiro, porque adoramos caminhar. Segundo, porque o Pablo falava português. Terceiro, porque deixamos tudo certinho e combinado via whatsapp. Quarto, porque ele foi pontualíssimo e encontrou-se conosco no hotel onde estávamos (neste dia, estávamos hospedados no Hilton Vienna Plaza Hotel - clique aqui e faça sua reserva). Quinto, porque o dia foi lindo, ensolarado e até bem mais quente do que eu imaginava. Eu transpirei pacas Ou seja, tudo perfeito, ainda mais porque a gente estava com o horário bem apertado e não poderíamos correr o risco de nos atrasar porque neste mesmo dia do passeio a gente pegaria um voo de Viena para Dubrovnik. Como foi tudo ajustado e coordenado pelo Pablo, não tivemos problema algum.

A gente tinha até dado uma voltinha no dia anterior à noite, logo que chegamos na cidade. Sabem como é, né? Tínhamos chegado de tarde e era nosso primeiro dia de viagem... impossível ficar no hotel! Eu queria sair, caminhar, sentir um pouco da cidade, ainda que estivesse já anoitecendo.




Por isso mesmo caminhamos a partir do Hilton Vienna Plaza no sentido da Catedral de São Estevão e já de cara eu me encantei com as ruas do Centro Histórico da capital austríaca, com seu charme e elegância.



Como não curtir essa vibe imperial com charretes dividindo as ruas com carros e bondes elétricos? Eu adorei!!! Achei tudo lindo, sofisticado, fino... edifícios maravilhosos, letreiros que me chamaram a atenção...



Assim fomos caminhando até a praça da Catedral, que é a Stephansplatz, que eu considero um ótimo local para você começar a explorar a cidade, principalmente porque há uma estação de metrô lá bem conectada (U1 e U3) e, a partir de lá, você fará tudo a pé com tranquilidade.


A partir da Catedral, a gente voltou caminhando para o hotel, tentando se achar no mapa rsrs... e acabamos passando por uma praça onde estava rolando uma festa, com banda, barracas de comidinhas, aproveitando o fim do verão a céu aberto... uma delícia! O pessoal bem animado e parecia mesmo um evento de verão.



Uma boa dica para quem não curte andar com o mapa aberto na mão, para não bancar o super turistão rsrs, se você estiver com um chip internacional com pacote de dados de internet, poderá usar o Google Maps para se localizar e achar as atrações turísticas que deseja. VEJA AQUI O EASYSIM4U. Mas se não tiver o chip, você também pode usar o google maps offline desde que tenha configurado o mapa e o destino usando um wifi do hotel ou de restaurante e o maps funcionará depois mesmo sem internet, na maioria das vezes. Tem gente que já me contou que teve problemas ao usar o Google Maps Offline. Nós nunca tivemos.



Bem, como foi uma viagem longa que fizemos e eu acabei deixando para ler mais sobre Viena ao longo da própria viagem em si, considerando que iríamos começar por lá, mas seria somente uma noite, e voltaríamos no final da viagem para mais 4 dias de passeios, achei melhor focar meu tempo para pesquisar mais sobre as outras cidades que visitaríamos depois.



Por isso também que adorei esse city tour oferecido pelo Tourism Board, porque eu pude ter mais noção da cidade, das questões políticas que hoje em dia envolvem a Áustria, especialmente no tocante ao assunto dos imigrantes e refugiados, dado que o país foi um dos primeiros a anunciar que fecharia suas fronteiras, mas nós pudemos perceber alguns mendigos nas ruas pedindo dinheiro, embora fossem bem poucos e eles pareciam justamente ser refugiados.


Assim, seguimos pelas ruas até o primeiro local onde paramos que foi a Judenplatz, que foi um dos primeiros guetos judaicos em Viena, onde está localizado o Museu Judenplatz, onde não entramos, e o monumento Memorial ao Holocausto, para que nunca fossem esquecidos os 65.000 judeus austríacos que morreram entre 1938 e 1945.



Essa região era ocupada por muitos judeus até o século XV, ocasião em que, para não se verem forçados a serem batizados dentro das regras do Sacro Império Romano-Germânico, muitos escolheram morrer voluntariamente e outros foram queimados vivos, diminuindo e muito a comunidade judaica na cidade.



É curioso observar, para quem puder conversar mais a fundo sobre esse delicado assunto com os locais, que os austríacos não se sentem culpados nem nada pelos horrores ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial, sob a alegação, de modo geral, de que Hitler, embora austríaco, só "ganhou terreno" e apoio às suas ideias na Alemanha, já que na Áustria ele não tinha moral alguma e que, com o desenrolar da guerra, não teve muita escapatória e, em 1938, com a invasão das tropas alemães no país e declaração da união da Áustria à Alemanha Nazista, criando a Anschluss, não havia o que fazer senão seguir as regras ditadas por aquele ditador.


Sem querer entrar no mérito do certo ou errado por parte da Áustria, como nós não tínhamos ideia deste posicionamento do povo, de modo geral, não obstante a Alemanha carregar até hoje a sua culpa pelo holocausto ocorrido, achei interessante pontuar isso com vocês porque, ao visitar a Judenplatz e observar o monumento ao Holocausto, a gente acaba fazendo muitas reflexões que podem ser bastante atuais face à crise dos refugiados sírios e de outros países que chegam desesperadamente na Europa a procura de esperança e uma vida melhor, mas também não se pode esquecer dos avanços do Estado Islâmico e lamentáveis atentados ocorridos na Europa esse ano, que nos colocam em uma situação de medo, especialmente turistas, que acabam adiando viagens sem saber o que fazer. 

O passeio continuou por ruas lindas e movimentadas, pois era um domingo de sol e o Centro Histórico de Viena, que fica cercado pelo Ring, boulevard lindo que merece uma visita e onde, antigamente, ficava a muralha que cercava o burgo, estava repleto de turistas. Observem que Julio e Pablo iam sempre na frente conversando e eu atrás fotografando rsrs...



E pelo caminho, referências a um dos mais ilustres filhos austríacos já apareciam: Mozart! Vocês verão que ele estará em vários lugares, lojas, sorvetes, bombons famosos e muita música pela cidade, quase uma verdadeira valsa vienense. Apesar de ter nascido na belíssima cidade de Salzburg, Mozart foi bem novo para a capital, Viena, onde impressionou a Corte Imperial e passou a ser o maestro oficial a apresentar seus concertos em Viena.


Também passamos pela menor rua da cidade! Sim.... vejam só pela foto como ela é beeeem curtinha mesmo!


Então entramos no Cafe Central, apenas para conhecermos, pois o Pablo não gosta muito de lá, Acha que o atendimento não é dos melhores, é meio frio e preferiu levar a gente para outro café na cidade, que foi o Demel. De fato, no Cafe Central, ao verem a minha câmera Canon T5i, que nem é assim tão profissional, os atendentes vieram falar que não poderia tirar fotos com ela.


VEJA AQUI O POST SOBRE CAFÉS E RESTAURANTES DE VIENA.



Como vocês podem ver, esse Walking Tour com o Pablo foi bem contemplativo. A gente não entrou em museus, pois não era essa a proposta, mas sim caminhar pelo centro histórico para que ele pudesse nos apresentar os principais locais de interesse, contar um pouco sobre a história do país, da cidade, algumas fofoquinhas rsrs... detalhes que só quem mora lá poderia dizer.


Chegamos na Michaelerplatz, que é um outro MUST GO em Viena! De um lado, a bela Igreja São Miguel e sua torre imponente. De outro lado, a fachada incrível do Palácio Hofburg, a residência oficial da Família Imperial dos Habsburgo, que governou o Império Austríaco por mais de 600 anos, soberana na Áustria entre 1278 e 1918, tendo sido a única família governante do Império Austro-Húngaro, que durou de 1867 até 1918.



No centro da praça, não deixem de observar as escavações das ruínas romanas, lembrando que toda a Áustria e a Alemanha, além de boa parte da Europa, já fez parte do Sacro Império Romano-Germânico. 



Com tanta história entrelaçada entre os países, não é a toa que o idioma oficial na Áustria é o alemão! Porém, se você fala fluentemente alemão, a depender da cidade que visitar, talvez encontrará dificuldade, pois alguns dialetos se misturam, como foi no caso do Julio que nem sempre entendia o que os locais falavam, apesar de estarem supostamente falando alemão rsrs...




Então entramos na rua Kohlmarkt e fomos primeiro ao Café Demel para uma pausa bem justa, já que o calor estava já beirando o insuportável com o passar das horas! Nunca imaginei suar em bicas em Viena!!!



Aproveitei para matar a curiosidade e experimentar a famosa SacherTorte!! hummmm... de chocolate, com um toque de damasco... é gostosa sim! Mas nada de outro planeta, viu? Eu sou formiguinha e adoro doce, então sou suspeita. Mas o Julio, que não é muito fã de doce e prefere doce pouco doce, curtiu a torta mas longe de amá-la.



Vale experimentar, mas não crie muita expectativa!


Caminhamos depois por essa rua até chegarmos na Graben, que hoje é uma das ruas mais chiques de Viena, provavelmente o metro quadrado mais caro, repleto de lojas de grifes internacionais bem famosas como a Cartier, Burberry, Armani, Hermes, Montblanc, Chanel, dentre outras. Se você estiver com $$$$ sobrando, poderá se divertir mais do que eu por lá kkkk... eu fiquei só nas vitrines mesmo.



Interessante que Graben significa escavação, fossa, poço... algo assim, pois era exatamente aí ficava a fossa do burgo de Viena, na Idade Média, e hoje é uma rua de pedestres com várias lojas caríssimas! É ou não é curioso?

Contemplamos também a belíssima arquitetura da Igreja de St. Peter! Uma pena que não entramos nela nesta ocasião, pois depois não conseguimos mais entrar.



Ainda na Graben, não deixem de observar o Monumento à Peste - Wiener Pestsäule - feito para proteger a cidade e em celebração ao fim de uma das pestes que assolou a cidade durante a Idade Média e não foram poucas as doenças que se alastravam pela falta de higiene, saneamento básico, hábitos salutares de limpeza da cidade... e por aí vai!


Chegamos então na enorme e suntuosa Catedral São Estevão - St. Sethan's Cathedral - para observar suas torres, sua arquitetura gótica e seus mosaicos nos telhados bem elaborados e coloridos. Entramos e pudemos contemplar um pouco do seu interior, mas não fizemos as visitas internas nas capelas e museu porque pensamos que iríamos depois voltar com calma para fazer isso. Nem deu tempo. Só conseguimos mesmo subir na torre sul, o que eu super indico!



Vejam aqui no ROTEIRO COMPLETO DE 3 DIAS DE PASSEIOS EM VIENA outras informações sobre a Catedral e mais lugares que visitamos por lá!


Uma coisa bem bacana que observei nas andanças pelas ruas de Viena foi o bebedouro de água potável em alguns pontos bem estratégicos, como este perto da Catedral. Oportunidade boa para repor sua garrafinha de água e economizar alguns eurinhos.



Seguimos com o passeio e fomos agora no sentido da Albertinaplatz, onde fica o imponente edifício do Museu Albertina, outro MUST GO em Viena e, para um, um dos melhores museus de arte impressionista que já visitei! Amei muito! No Roteiro completo de 3 dias de passeios em Viena também tem informações sobre esse museu.


Aproveitamos para entrar no Centro de Informações Turísticas, que fica bem em frente ao Museu e vale a pena conhecer, ainda mais quem estiver em um primeiro contato com a cidade, pois há vários folders, panfletos, mapas e informações bem úteis sobre a cidade que podem ser pegadas lá gratuitamente e há funcionários lá durante o dia para orientar e ajudar na sua programação.


Uma coisa bem fofa que reparei em Viena, especialmente durante esse passeio, foram os desenhos nos semáforos de duas meninas juntas ou dois meninos juntos, de mãos dadas, para sinalizar a todos que a cidade é tolerante, que recebe todos sem preconceitos. Achei isso um toque muito gracioso da cidade para com seus cidadãos e visitantes.



Outra coisa bacana que reparei também foi a existência de porta-jornais em postes. Nunca tinha visto isso antes. A ideia é que cada pessoa possa pegar o seu jornal para ler e deixe o valor em um local próprio para isso, baseado na confiança e honestidade. O Pablo até insinuou que isso não funciona muito, mas estava lá para quem quisesse pegar. 


Por fim, após passarmos pelo Hotel Sacher, onde depois voltamos para comer a torta Sacher e comparar com a do Demel (está lá no post sobre cafés e restaurantes de Viena), nós finalizamos o passeio em frente à Ópera!

Falando da Ópera, não estivemos nela nesta ocasião, embora haja um tour guiado por suas galerias. Mas estivemos sim em seu interior, em outro momento, quando retornamos a cidade, à convite da própria State Opera para assistirmos ao espetáculo "Aida"! Foi incrível a nossa primeira vez assistido a uma ópera e eu contei tudo para vocês, a experiência completa, AQUI NESTE POST! Quem tiver curiosidade, clique e veja mais informações sobre esse magnífico prédio e como é assistir a uma ópera.



Assim foi o nosso Walking Tour pelo Centro Histórico de Viena com o guia Pablo, um passeio que durou algo em torno de 3 horas de caminhada por vários lugares lindos, passando por cafés, ruas chiques, Catedral, Igrejas, Museus, Ópera... aprendendo um bocado sobre a cidade e o país o que, para um primeiro contato com a cidade, foi bem interessante para termos essa visão panorâmica, ajudar a nos localizar, além de recebermos muita informação histórica, cultural, política e econômica! A gente curtiu bastante. 

Os preços do Pablo variam muito de acordo com o grupo e quantidade de pessoas. Para quem se interessar por esse tipo de passeio, vale a pena fazer o contato com ele com antecedência e verificar com os valores, que são atualizados todo ano, naturalmente. Lembrando que eu recomendo esse passeio principalmente para o perfil de viajante que não curte se planejar muito para conhecer uma cidade ou que não tem tempo de pesquisar sobre o local antes de viajar ou que não se entende bem com mapas ou até mesmo que não se sinta seguro em estar um país cujo idioma oficial seja o alemão.... se você não se encaixar em nada disso, certamente você vai tirar de letra o passeio pelo Centro Histórico de Viena que tem um acesso bem fácil de metro e bonde e é bem dividido para você se localizar.

Eu não poderia deixar de colocar aqui a uma foto das beerbikes que vimos em Viena, voltando para o hotel. Pegamos o bonde em frente à Ópera que circula pela Ring até o Hilton Vienna Plaza, que está bem localizado na Ring, ou seja, na porta de entrada do Centro Histórico. Foi ótimo voltar de bonde porque pudemos apreciar os belos prédios pela Ring e ainda acompanhar a farra desse pessoal vestido no estilo Oktoberfest e celebrando a vida!


Espero que tenham gostado e para saber mais sobre os passeios que fizemos em Viena, não deixem de ler também o nosso ROTEIRO DE 3 DIAS na cidade, que tem muita dica de museus e outros passeios que fizemos por lá. 



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