13 abril 2020

Índia: uma viagem por Rishikeshi e Bangalore

Por Isabela Pimentel


Um roteiro na Índia que vai além do Taj Mahal, em Agra, e de Nova Delhi, deve incluir esses dois destinos!


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Rishikeshi


Rishikeshi, às margens do Rio Ganges, um dos principais rios da Índia e um dos vinte maiores do mundo, é conhecida como a capital do yoga e se trata de um destino que é simplesmente imperdível para quem está planejando uma viagem a Índia.

A cidade é considerada sagrada há milênios, tendo sua origem relacionada aos primórdios da religião hinduísta. Rama, o sétimo avatar do deus Vishnu, teria pago sua penitência em Rishikesh após ter matado o demoníaco rei Ravana que havia sequestrado sua esposa Sita.

Localizada a cerca de 240 km ao norte da capital Nova Delhi, em meio à cordilheira dos Himalaias, este é um lugar para quem deseja esquecer a confusão das outras cidades, o barulho ensurdecedor das buzinas. 

Rishikeshi é a paz, a calma que você tanto busca.  

  • Como Chegar: o Aeroporto Jolly Grant, em Dehradun, fica a 15 km de distância. Eu cheguei na cidade de um voo vindo de Jaipur e fui embora também num voo para Bangalore.
  • Melhor Época: Rishikesh possui invernos mais frios, com temperaturas que variam de 8°C a 20°C, e verões quentes, entre 20°C e 35°C. De julho a setembro é oficialmente temporada de monções, com chuvas torrenciais que podem durar dias. A melhor época é de fevereiro a maio, o clima é mais ameno e os Mestres e Babas atraem pessoas do mundo todo para seus satsangs (palestras). Em março acontece o Festival Internacional de Ioga, com conferencistas e professores do mundo todo. Segundo o nosso guia, a melhor época para ir é o equivalente ao logo após o nosso carnaval, quando a cidade ainda não está muito cheia e não é mais tão fria

Se yoga for a sua praia, lá tem vários retiros e, pelo que pudemos ver, todos os hotéis oferecem uma aula gratuita por dia. Aproveite também para fazer muitas massagens por lá. Nosso tempo de estada foi curto e não permitiu, mas ficou o gostinho. 

Lá você poderá dispensar o guia e o motorista e ficar à vontade para se perder entre as vielas e atravessar as pontes Lakshman Jhula e Ram Jhula, inauguradas em 1930 e conhecidas como as pontes que balançam. A ponte suspensa de ferro sobre o rio Ganges tem 450 metros de comprimento e uma altura de 70 metros acima da água. Reza a lenda hindu que nesse mesmo lugar Lakshmana atravessou o Ganges em uma corda de juta.

O local é lindo para andar e ótimo para comprinhas, principalmente se você curte yoga. Se esse for o seu caso, faça todas as compras de yoga aqui e produtos relacionados à prática.

Embora tivesse lido em alguns posts sobre o fato de ter que andar com paciência pelas ruas da cidade, essa não foi a minha impressão de Rishikeshi. De fato, tem o barulho de buzina, a vaca e a cabra andando, mas em momento algum achei caótico, mas lembre-se de que eu estava vindo de outras cidades caóticas.

Fizemos todas as nossas compras nas ruas de Rishikeshi e super valeram a pena. Tenha em mente que é importante barganhar antes de pagar e não se preocupe porque eles estão acostumados com isso (isso vale para qualquer local da Índia, mas, na verdade, o local que menos conseguimos barganhar foi lá).

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Em termos de pontos turísticos, nós fomos ao Beatles Ashram que, apesar de desativado, ficou conhecido pelos Beatles terem se hospedado por lá. É interessante e a visita vale. Aliás, diga-se de passagem que foi justamente esta visita dos Beatles à cidade, em 1968, que colocou Rishikeshi no mapa do turismo. De lá para cá, a cidade cresceu e virou referência quando o assunto é Índia.

  • O pôr do sol no Ganges é imperdível. Inclua no seu roteiro!

Nesse horário, todos os dias acontece a cerimônia AARTI, uma homenagem ao Ganges, que não tem como deixar de assistir. O local indicado para assisti-la é Parmarth Niketan, um ashram famoso de lá.

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  • Nota: O que é um Ashram? Na antiga Índia, era um eremitério hindu onde os sábios viviam em paz e tranquilidade em meio à Natureza. Atualmente, o termo é usado para designar uma comunidade formada intencionalmente com o intuito de promover a evolução espiritual dos seus membros, como um centro de meditação, frequentemente orientado por um místico ou líder religioso, que nós chamamos de guru espiritual. Muitos levam uma vida simples, enquanto outros defendem que não há necessidade da renúncia material. Há prática de yoga, meditação, palestras, mantras, silêncio e trabalho comunitário.

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Indicaram que fizéssemos também o passeio de rafting pelo Ganges em Shivpuri, uma cidade localizada a poucos quilômetros de Rishikesh, mas quando marcamos estava muito, muito frio e acabamos desistindo de ir. Se tiver mais sorte com uma temperatura mais quentinha, aproveite para conhecer o MHE Beach Camp e suas praias arenosas, barracas de camping e atividades como caiaque e rafting.

Inclusive, em Rishikeshi é possível banhar-se no Ganges que, nesta altura, é considerado limpo (se você quiser ter essa experiência), como também é possível fazer passeios de barco.

Outro passeio que foi bem legal, partindo de Rishikeshi, foi ao templo Kunjapuri, subindo o Himalaia, de onde pudemos contemplar um visual fantástico. 

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A partir de Rishikeshi, fomos a Haridwar. Lá tem um templo super famoso que, particularmente, achei dispensável dada à sujeira e multidão do local. Assistimos em Haridwar a outra cerimônia AARTI.  

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Nessa parte do Ganges, as pessoas acreditam que Krishna deixou suas pegadas e, por isso, muitas pessoas entram nas águas do Ganges lá. Culturalmente, é um choque, mas é um choque que vale a pena. Uma multidão cultuando o Ganges. Homens e crianças tiram as roupas para banharem-se no local. Há também lojinhas para compras. 

Nós ficamos três dias em Rishikeshi, mas, se tiverem como, fiquem mais um ou dois para fazer tudo com muita calma e aproveitar o clima da cidade.

  • Se puder ficar mais tempo na cidade, a dica é: faça muitas massagens, aulas de yoga e curta bastante os cafés e as vielas de Rishikeshi. 

Bangalore


Partindo de Rishikeshi, nós pegamos um avião para Bangalore. Nosso pacote contratado já tinha um transfer incluído nos esperando para nos levarmos para o Ashram da Arte de Viver. 

Lá, finalizaríamos a parte da Índia na nossa viagem fazendo um retiro de yoga por cinco noites e quatro dias. O lugar é GIGANTE e ficamos o tempo todo com um rapaz, o Kunal, responsável por nossa programação, por tirar as nossas dúvidas e nos levar e buscar nos lugares. Parecia que estávamos verdadeiramente inseridos no livro/filme “Comer, Rezar e Amar”. 

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O Ashram da Arte de Viver tem uma super estrutura e é bem diferenciado do que já tínhamos visto. Ele parece uma verdadeira cidade. Para vocês terem ideia, nos deslocávamos de carro dentro do Ashram devido às distâncias. Fiquei brincando que estávamos fazendo um retiro nutella. Ficamos hospedadas na parte da escola de yoga do Ashram, onde os quartos, dentro da medida certa, eram confortáveis e tinham água quente o tempo todo (isso é um fator muito relevante para mim). Apesar de termos feito uma reserva para quarto duplo, como o Ashram estava vazio, nos colocaram em quartos separados. 

Em Bangalore, pela sua localização, já não tinha o frio das outras cidades e o clima de lá estava ideal.

Foi lá que conhecemos a Marceli, que estava nos esperando quando chegamos.  Super simpática, alto astral e, ainda, nos auxiliou no ashram.

Marceli, do Vem Viver a Índia, foi quem organizou nosso roteiro e pacote.


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Grande parte das pessoas que trabalham no Ashram tem um trabalho voluntário. O Kunal, que nos auxiliou lá, nos contou que recebe o salário mínimo do Ashram, comida e moradia para trabalhar lá. Alguns brasileiros que conhecemos lá largaram tudo no Brasil e foram para a Índia. Como não podem trabalhar, elas recebem moradia e alimentação em troca do trabalho desenvolvido no Ashram.

É muito diferente do que estamos acostumados, mas acreditem que eles são muito felizes e realizados com a opção de vida que fizeram. É bonito de se ver!

Como chegamos muito tarde, a nossa programação foi um pouco alterada e só começou por volta das oito e meia do dia seguinte, quando fomos fazer uma consulta ayurvédica incluída no pacote. Feita a consulta, todas saímos com uma receita que incluía massagens, motivo pelo qual fomos direto reservar as massagens no spa do Ashram. 

Aproveitamos, claro, e reservamos para todos os dias que estaríamos lá. As massagens lá  não são as das mais baratas na Índia, mas são maravilhosas. Valeu cada centavo.

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Bem, tivemos uma programação intensa no Ashram, começando às sete da manhã com uma aula de yoga, além de outra aula de tarde. Massagens, passeios pelas lojas para conhecer o Ashram e teve até aula de pote de barro. Ainda fizemos um mapa astral védico que a Marceli agendou para a gente no Ashram. Para ser sincera, lamentei muito quando acabou nosso período lá. Foi realmente encantador, renovador e transformador.

Diariamente, por volta das 20h, acontece o Satsanga, que é um encontro com o Guru da Arte de Viver e entoação de mantras. Há uma intensa adoração por ele e, assim, o local fica bem cheio. Nós chegamos a assistir, mas um dia pulamos para ir ao restaurante que fica fora do Ashram e fazer uma orgia alimentar que, no nosso caso, consistiu em comer pizza (hahahha).

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Após o Satsanga, as pessoas jantam e se dirigem aos seus quartos. Sim, isso é uma regra no Ashram e fomos chamadas a atenção no primeiro dia porque não sabíamos e estávamos conversando nas áreas comuns.

O Ashram tem um restaurante  comunitário, mas o nosso retiro incluía um restaurante diferenciado do local que, inclusive, é frequentado por muitos de fora do Ashram. Podíamos pedir o que quiséssemos desde que fosse nesse restaurante. Dentro do Ashram, não há qualquer tipo de comida com carne ou, ainda, refrigerante, mas tinham sucos maravilhosos. 

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Bem, acabado o nosso período lá, era hora de pegar o voo para Nova Délhi (existe voo direto, mas teríamos que sair muito cedo do Ashram e preferimos ficar até mais tarde tarde e pegar dois voos mesmo) e, de lá, partimos para Dubai, onde ficamos três dias antes de voltarmos para o Brasil com muito gostinho de quero mais!

  • Melhor época para visitar Bangalore: os meses mais quentes são março, abril e maio. Fevereiro é o mês mais seco e os meses mais chuvosos são agosto, setembro e outubro.

Aguardem que ainda falarei sobre as demais experiências e cidades que conheci na Índia!

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