Tivemos a honra de participar na semana passada de uma das primeiras visitas guiadas no Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro, após muitos anos sem realizar esse tour.
O projeto intitulado "Palácio Guanabara de Portas Abertas", criado pela Casa Civil do presente governo, em parceria com a FAETEC - Fundação de Apoio à Escola Técnica, tem por objetivo proporcionar à população que tenha acesso a um dos mais importantes patrimônios históricos e cultural do Rio de Janeiro e Brasil, promovendo visitas guiadas o interior do Palácio e em seus jardins, para o público em geral, bem como para escolas de Ensino Médio, para terem maior contato com parte da história do Brasil, especialmente durante os períodos do Império e início da República.
A visita realizada para estudantes será feira durante a semana, com foco no Ensino Médio e nos alunos com idade entre 14 e 18 anos. As inscrições dos grupos, de até 30 alunos, devem ser feitas pelas escolas, diretamente pelo site do programa.
Já no caso da visitação guiada para a população em geral, esta será realizada aos sábados e deverá ser agendada pelo site ou por email, para grupos de até 30 pessoas.
Por ora, aos sábados, a visita ocorrerá às 10h, mas já estão sendo estudados mais horários. Por conta disso, sugerimos que sempre façam contato prévio pelo email ou site, inclusive porque a visita depende da inscrição feita com antecedência.
A boa notícia é que a visita é gratuita!
Além disso, o Projeto "Palácio Guanabara de Portas Abertas" tem por objetivo levar no último sábado de cada mês grupos de até 120 pessoas, inscritas pelo site ou por e-mail, para assistirem a uma apresentação musical de orquestras sinfônicas, filarmônicas, corais, entre outras. Neste dia (último sábado de cada mês), as instalações do Palácio Guanabara não estarão abertas ao público. Por isso mesmo que reforço a necessidade de se fazer um contato prévio por email para confirmar a programação e horários das visitas e eventos.
Localizado na Rua Pinheiro Machado, que no passado se chamava Rua Guanabara, no bairro das Laranjeiras, o Palácio Guanabara, nas origens, a área fazia parte de um grande sítio cuja propriedade era de Domingos Rozo, no início do século XIX. Após sua morte, foi dividido em chácaras entre seus herdeiros e uma delas foi vendida em 1852 ao comerciante português José Machado Coelho, que iniciou sua construção, em 1853, com características neoclássicas bem distintas do atual edifício, e nele residiu até a década de 1860.
Fazer a visita guiada no Palácio Guanabara foi bastante emocionante para mim, especialmente por termos nos casado na sua Capela de Santa Terezinha, também tombada pelo Patrimônio Histórico.
Portanto, estar lá conhecendo mais sobre sua história e visitando seus salões interiores foi realmente incrível, ainda mais por eu ser uma Apaixonada por História!
Infelizmente, não conseguimos visitar a Capela (mas vejam aqui embaixo as fotos) nem o Jardim, que apenas avistamos ao longe, pois, quando íamos percorrê-lo, começou a chover.
Voltando ao tour guiado e à história do Palácio, em 1865, o então Imperador D. Pedro II adquiriu a propriedade e deu de presente para sua filha, para ser a residência carioca da Princesa Isabel e do Conde d'Eu, para os momentos em que eles desejassem dar aquela escapadinha de Petrópolis,
O edifício, que passou por grande reforma para receber a princesa, ficou, a partir de então, conhecido como Paço Isabel. Como o acesso ao Palácio era feito por meio da Rua Paissandu, a Princesa, que não queria pegar sol na sua caminhada entre sua casa e o mar, ordenou o plantio de mais de 100 palmeiras ao longo da rua, tornando o seu seu passeio ainda mais agradável. Quem pode, pode! E até hoje a Rua Paissandu é conhecida como a Rua das Palmeiras Imperiais!
O imóvel assim pertenceu à família imperial até a proclamação da República, em 1889, ocasião em que a Princesa Isabel, a mesma que assinou a Lei Áurea abolindo a escravidão em 1888, seguiu para o exílio junto com os demais integrantes da família e o Palácio - Paço Isabel foi confiscado pelo governo militar e transferido ao patrimônio da União.
Como a Família Imperial nunca recebeu indenização pela desapropriação (ao menos assim eles achavam que deveria ter sido feito, né?), a Princesa Isabel ingressou com uma ação em 1895 para tentar retomar a posse do palácio que tramitou até dezembro de 2018 - pasmem!!
Após 123 anos entre decisões e recursos, o processo mais longo e antigo do Ordenamento Jurídico Brasileiro chegou ao fim em 06 de dezembro de 2018, quando o STJ julgou o recurso, entendendo por unanimidade que o Palácio Guanabara é de domínio da União e não da Família Imperial, nem cabendo quaisquer indenizações aos herdeiros!
O Palácio é do Povo! Por conta disso que houve também toda essa atual mobilização em torno do projeto "Palácio Guanabara de Portas Abertas"!!
Já na era da República, em 1908, o Palácio funcionou como repartição militar, residência oficial dos presidentes da República entre 1926 e 1947, sede da prefeitura do Distrito Federal e, apenas em 1960, que se transforma em sede do Governo do Estado da Guanabara, quando a capital federal deixa a cidade do Rio de Janeiro e migra para Brasília
Duas grandes reformas trouxeram as atuais características ao Palácio Guanabara: uma em 1908, que conferiu à sua fachada características ecléticas, para receber o Rei Carlos I, de Portugal, que acabou por nem vir ao Brasil por conta do movimento de fim da Monarquia por lá, que acabou em 1910. Outra em 2010-2011, que inclusive descobriu um pouco da base do Palácio, o que pode ser apreciado na Sala "Pé de Moleque".
Esta Sala revelou um calçamento que estava escondido embaixo de pisos, na parte interna do Palácio, era uma técnica utilizada nos casarões do período colonial nas áreas destinadas ao uso dos escravos. Para melhor preservação e observação do calçamento, ele foi coberto com vidros bem resistentes.
Ainda em nossa visita ao Palácio Guanabara, conforme explicado, apenas avistamos o seu belíssimo Jardim, idealizado pelo paisagista francês Paul Villon, no início século XX. Seu desenho foi concebido como um grande retângulo quase plano no qual se inserem canteiros geométricos, tomando por base conceitos franceses com estilo romântico brasileiro.
Em seu centro, o Chafariz de Netuno, que é o principal elemento do Jardim, rodeado por crianças montadas em delfins.
Ao adentrarmos pelos Jardins, nos deparamos com um salão aberto para ele, coberto, que no passado era um jardim de inverno. Difícil imaginar que ali havia um lago, mas que, por conta das reformas, foi retirado e transformado em um pátio.
Seguimos por um pátio interno muito bonito também, com uma pequena fonte e uma estátua de delfim, antes de chegarmos à Sala "Pé de Moleque".
Depois, subimos suas escadarias e fomos para o Salão Nobre do Palácio Guanabara, o maior salão do Palácio, que, desde os tempos da Família Imperial, era um dos centros de reunião do Rio de Janeiro, onde eram promovidos encontros políticos, mas também musicais e artísticos.
Nele, encontra-se o quadro "Abdicação de D. Pedro I", de autoria de Aurélio Figueiredo.
Finalizamos o nosso tour no Salão Verde, que não tem esse nome à toa, já que, em sua decoração, predomina a tonalidade esverdeada.
Impossível não reparar nas colunas de mármore que adornam a sala, onde, inclusive, fomos recebidos pelo Governador, para uma reunião antes de iniciarmos a visita.
Aliás, também tivermos a oportunidade de visitar o Gabinete do Governador, que nos apresentou alguns de seus objetos decorativos.
Assim foi a nossa visita guiada ao Palácio da Guanabara, em uma verdadeira viagem no tempo e na história do nosso país e cidade, com vários fatos que eu, mesmo sendo uma apaixonada por história, não conhecia e fiquei encantada com os aposentos internos do Palácio e sua beleza.
Mais uma vez, para fazer a visita ao Palácio, recomendamos que façam contato por email - visitaguiada@casacivil.rj.gov.br, para reservarem sua visita e confirmarem também a agenda cultural de eventos que estão sendo preparados nos Jardins.
O Palácio está sim de Portas Abertas e super vale a pena conhecer!
Obs.: O Palácio Guanabara não deve ser confundido com o Palácio Laranjeiras, situado no mesmo bairro (na Rua Paulo Cesar Andrade, 407), que é a residência oficial do governador do Rio de Janeiro.
Já no caso da visitação guiada para a população em geral, esta será realizada aos sábados e deverá ser agendada pelo site ou por email, para grupos de até 30 pessoas.
Por ora, aos sábados, a visita ocorrerá às 10h, mas já estão sendo estudados mais horários. Por conta disso, sugerimos que sempre façam contato prévio pelo email ou site, inclusive porque a visita depende da inscrição feita com antecedência.
A boa notícia é que a visita é gratuita!
Inscrições para visitar o Pálacio Guanabara pelo E-mail: visitaguiada@casacivil.rj.gov.br
Além disso, o Projeto "Palácio Guanabara de Portas Abertas" tem por objetivo levar no último sábado de cada mês grupos de até 120 pessoas, inscritas pelo site ou por e-mail, para assistirem a uma apresentação musical de orquestras sinfônicas, filarmônicas, corais, entre outras. Neste dia (último sábado de cada mês), as instalações do Palácio Guanabara não estarão abertas ao público. Por isso mesmo que reforço a necessidade de se fazer um contato prévio por email para confirmar a programação e horários das visitas e eventos.
Localizado na Rua Pinheiro Machado, que no passado se chamava Rua Guanabara, no bairro das Laranjeiras, o Palácio Guanabara, nas origens, a área fazia parte de um grande sítio cuja propriedade era de Domingos Rozo, no início do século XIX. Após sua morte, foi dividido em chácaras entre seus herdeiros e uma delas foi vendida em 1852 ao comerciante português José Machado Coelho, que iniciou sua construção, em 1853, com características neoclássicas bem distintas do atual edifício, e nele residiu até a década de 1860.
Fazer a visita guiada no Palácio Guanabara foi bastante emocionante para mim, especialmente por termos nos casado na sua Capela de Santa Terezinha, também tombada pelo Patrimônio Histórico.
Portanto, estar lá conhecendo mais sobre sua história e visitando seus salões interiores foi realmente incrível, ainda mais por eu ser uma Apaixonada por História!
Infelizmente, não conseguimos visitar a Capela (mas vejam aqui embaixo as fotos) nem o Jardim, que apenas avistamos ao longe, pois, quando íamos percorrê-lo, começou a chover.
O edifício, que passou por grande reforma para receber a princesa, ficou, a partir de então, conhecido como Paço Isabel. Como o acesso ao Palácio era feito por meio da Rua Paissandu, a Princesa, que não queria pegar sol na sua caminhada entre sua casa e o mar, ordenou o plantio de mais de 100 palmeiras ao longo da rua, tornando o seu seu passeio ainda mais agradável. Quem pode, pode! E até hoje a Rua Paissandu é conhecida como a Rua das Palmeiras Imperiais!
O imóvel assim pertenceu à família imperial até a proclamação da República, em 1889, ocasião em que a Princesa Isabel, a mesma que assinou a Lei Áurea abolindo a escravidão em 1888, seguiu para o exílio junto com os demais integrantes da família e o Palácio - Paço Isabel foi confiscado pelo governo militar e transferido ao patrimônio da União.
Após 123 anos entre decisões e recursos, o processo mais longo e antigo do Ordenamento Jurídico Brasileiro chegou ao fim em 06 de dezembro de 2018, quando o STJ julgou o recurso, entendendo por unanimidade que o Palácio Guanabara é de domínio da União e não da Família Imperial, nem cabendo quaisquer indenizações aos herdeiros!
O Palácio é do Povo! Por conta disso que houve também toda essa atual mobilização em torno do projeto "Palácio Guanabara de Portas Abertas"!!
Já na era da República, em 1908, o Palácio funcionou como repartição militar, residência oficial dos presidentes da República entre 1926 e 1947, sede da prefeitura do Distrito Federal e, apenas em 1960, que se transforma em sede do Governo do Estado da Guanabara, quando a capital federal deixa a cidade do Rio de Janeiro e migra para Brasília
Duas grandes reformas trouxeram as atuais características ao Palácio Guanabara: uma em 1908, que conferiu à sua fachada características ecléticas, para receber o Rei Carlos I, de Portugal, que acabou por nem vir ao Brasil por conta do movimento de fim da Monarquia por lá, que acabou em 1910. Outra em 2010-2011, que inclusive descobriu um pouco da base do Palácio, o que pode ser apreciado na Sala "Pé de Moleque".
Pilastra descoberta na última grande reforma de 2010-11 |
Finalizamos o nosso tour no Salão Verde, que não tem esse nome à toa, já que, em sua decoração, predomina a tonalidade esverdeada.
Crédito: Flavio Cabral |
Crédito: Nelson Perez |
O Palácio está sim de Portas Abertas e super vale a pena conhecer!
Obs.: O Palácio Guanabara não deve ser confundido com o Palácio Laranjeiras, situado no mesmo bairro (na Rua Paulo Cesar Andrade, 407), que é a residência oficial do governador do Rio de Janeiro.
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