Ushuaia: O que fazer em 5 dias

A Terra do Fogo, também conhecida como o Fim do Mundo por ser a cidade mais austral do mundo, oferece uma diversidade incrível de passeios para todos os estilos: os mais aventureiros vão amar as trilhas, as crianças vão se encantar com o passeio de trem e com a possibilidade de ver pinguins e leões marinhos tão de pertinho, os curiosos pela história da região vão curtir os museus, os que adoram fazer comprinhas vão adorar saber que há lojas duty free (sem impostos)... isso sem contar a gastronomia que é um verdadeiro deleite, com direito a cordeiro patagônico, frutos do mar, caranguejos gigantes, peixes... uma fartura de sabores!

Nós estivemos em Ushuaia no final do mês de fevereiro de 2023, portanto, ainda verão, mas não se iludam: o verão é frio! Lembrem-se de que estamos falando da cidade mais austral do planeta, a mais próxima da Antártida! E pasmem: nós vimos a neve cair duas vezes por lá! Ok, não foi aquela nevasca de deixar tudo branquinho, mas gente era verão! rsrsrs... e as temperaturas estavam em torno de 2 graus. Quando esquentava um pouco, subia para 6 graus. Logo, tem que ir preparado para o frio, especialmente nós brasileiros (não residentes do sul do país) que não estamos acostumados com tanto frio assim. 

Conosco nesta viagem estavam também nossos amigos Leo e João do blog e insta Panorama de Viagem.

COMO CHEGAR EM USHUAIA

Nós fomos com a Aerolíneas Argentinas em um voo direto desde El Calafate, outro destino da Patagônia Argentina, local que visitamos antes. O voo direto foi rápido e prático. Há também voos diretos saindo de Buenos Aires. Mas, para quem vai do Brasil para Ushuaia, não encontrará voos diretos. Assim, pelo menos uma conexão em Buenos Aires precisará ser realizada. 

O Aeroporto de Ushuaia fica bem próximo do centro da cidade, a cerca de 7km, uns quinze minutos até a região do porto. Já nesta chegada, a gente consegue perceber o quão encantadora é a cidade.

QUANTOS DIAS EM USHUAIA

Nós ficamos 4 noites no total. Foram 5 dias, sendo 3 dias cheios de passeios e 2 dias pela metade (o dia da chegada e o dia da partida foram pela metade). Daria até para dizer que ficamos 4 dias, se somarmos esses dias pela metade, né?

E daria para ficar menos? Bem, nós fomos no verão que é considerada Alta Temporada, com muitas opções de passeios e já logo adianto que nós não fizemos tudo o que o destino oferece. Dessa forma, não aconselho menos dias do que isso, especialmente para quem gosta de tirar um dia para curtir o centrinho, entrar com calma em lojinhas para compras ou fazer refeições mais demoradas. 

Nosso roteiro, no final das contas, por ter abrangido muitas atividades a fim de que aproveitássemos ao máximo o destino, ficou um cadinho corrido, sem muito tempo de "sobra" para passear com calma pelo centrinho ou para simplesmente curtir o hotel fantástico onde nos hospedamos (já já falo sobre ele). Eu sou do tipo que amo roteiros recheados de atividades e confesso que tenho certa dificuldade de curtir o ócio em viagens, mas o hotel onde ficamos era tão fabuloso que sinto que faltou um tempinho extra para aproveitá-lo mais. 

Sendo assim, eu recomendaria um dia a mais para quem está nesta vibe de fazer uma viagem mais tranquila, num ritmo mais relax e, principalmente, com tempo extra para curtir o hotel, o centrinho da cidade, restaurantes etc. 

Agora, se você for no inverno, como talvez algumas atividades possam não acontecer em razão de nevascas (algumas trilhas de repente... mas a maioria dos passeios também acontecem no inverno e dá para visitar Ushuaia o ano inteiro, tá?) neste caso, a depender da sua disposição para os passeios com mais frio, um roteiro com 3 dias seja suficiente. Mas, no geral, recomendo no mínimo 3 dias cheios em Ushuaia. Se puder ficar mais, fique, pois haverá sim atividades para fazer.

QUANDO IR

Eu já disse que dá para visitar Ushuaia o ano inteiro, certo? E é verdade. Vai depender muito do que você quer vivenciar: mais frio, menos frio, ver neve ou não ver neve rsrs...

A minha experiência foi no verão, depois do carnaval. Embora ainda fosse considerada como alta temporada, a cidade estava menos agitada por já ter passado o feriado do carnaval e estivemos nela em dias de semana. Mas também num sábado e domingo e confesso que não vi muita diferença de agito. 

• Vantagens do verão: temperaturas mais amenas e dias mais longos! Eu achei o máximo poder curtir o dia com o pôr do sol por volta das 21h! Fez render bastante os passeios e, inclusive, proporcionou que a gente curtirsse o hotel, principalmente a área da piscina, no final do dia ainda com luz, com claridade e pudemos acompanhar o entardecer, que era sempre belíssimo. 

No verão, no mês de fevereiro, o nascer do sol ocorre em torno das 6:30 e o pôr do sol por volta das 21h. Com mais possibilidade de pegar dias ensolarados e com céu azul do que no inverno, quando os dias são mais curtos (o sol nasce mais tarde e se põe bem mais cedo) e as chances de dias mais cinzentos são maiores, com neve. 

Eu sou suspeita porque fui no verão e amei. Mas acho que isso vai do interesse de cada um, né?

Dica: pra ver a cidade de Ushuaia toda branquinha de neve, vá a partir de junho! São em torno de 4 meses de neve.

ONDE FICAR

Algumas pessoas me perguntaram no instagram (onde a viagem já está todinha divulgada nos Stories destacados e nos Reels) se era vantajoso se hospedar afastado da cidade ou se seria melhor ficar no centrinho. 

A resposta é simples: se o hotel em vista, afastado do centrinho, oferecer um serviço de transfer para o centrinho, como era o nosso caso, pode ser sim muito interessante. Mas, se não for esse o caso e você quiser ficar afastado para economizar na hospedagem, eu não acho vantajoso porque acabará gastando com serviço de remís/táxi ou terá que alugar carro o que eu não aconselho porque no geral não há qualquer necessidade de alugar carro. 

Nós ficamos hospedados no espetacular hotel Arakur Resort & Spa (clique aqui para ver hotéis em Ushuaia), um hotel com selo The Leading Hotels of the World, localizado no alto de uma reserva natural, o Cerro Alarkén, a cerca de 15 minutos de carro do centrinho, com serviço de transfer gratuito ao longo do dia. 

O hotel é sem dúvidas um dos melhores em que já me hospedei no mundo inteiro e o seu entorno é algo que parece ter saído de uma pintura. Tudo absolutamente cinematográfico! E de tão lindo que é, ele merece um post só para ele.

Mas adianto aqui que a experiência foi perfeita! Uma hospedagem muito completa, quarto amplo, confortável, aconchegante, com vista para a montanha, bem moderno e com todas as amenidades que tornam a nossa estada ainda mais memorável. 

O café da manhã foi sensacional, daqueles que a gente fica horas e horas e nem percebe o tempo passar rsrs! 

E o melhor do hotel é que ele é tão especial, cercado por uma natureza tão exuberante e com vista para a cidade e para o Canal Beagle, que, na verdade, nem dá vontade de sair dele. Além disso, são muitas as opções de lazer que realmente te farão pensar duas vezes em sair do hotel: piscinas aquecidas em áreas fechada e aberta, salão de jogos, fitness center, aulas de Yoga e muitas trilhas que podem ser feitas no Cerro Alarken.

ROTEIRO 5 DIAS EM USHUAIA

Nosso roteiro foi organizado com muito carinho pelo órgão de Turismo de Ushuaia, a quem agradecemos pela linda recepção e acolhida.

• 1° dia: chegada em Ushuaia + Galeria Temática Historia Fueguina
• 2°dia: Laguna Esmeralda + Museo Marítimo (ex Presídio)
• 3° dia: Trem do Fim do Mundo + Navegação pelo Canal Beagle com Pinguineira
• 4° dia: Lagos 4x4 com Cavalgada
• 5° dia: Trilha curta na reserva Arlaken (onde está o hotel Arakur) e partida

. 1° dia: 

Nossa chegada no aeroporto foi às 14:30 e o transfer foi realizado pela agência Tours By Design. Assim, nosso primeiro dia foi curto (metade de um dia). 

Fizemos nosso check-in no Hotel Arakur e fomos para o centrinho da cidade, onde lanchamos no Marcopolo Free Life, restaurante do Hotel Cap Polonio (Av. San Martín 748). O restaurante, que é mais um café propriamente dito, é bem jovial, moderno e charmoso. Perfeito para uma refeição rápida ou um lanche. Ambiente bem descolado e literalmente no centrinho. Perto dele há várias lojas, inclusive lojas de aluguel de roupa de frio, agências de turismo e Western Union, para quem for retirar o dinheiro na loja.

Na sequência, a uma curta caminhada, fomos à Galeria Temática Historia Fueguina, um museu muito interessante sobre a história da Terra do Fogo.

Conta sobre os povos originários, sua relação com o mar, como viviam, as razões de se chamar a Terra do Fogo (já pararam para pensar nisso? Afinal, um lugar tão frio, tão austral, ser conhecido como o Terra do Fogo? É porque Fernão de Magalhães, a bordo de sua expedição, ao se aproximar do que conhecemos hoje como Ushuaia, deparou-se com grandes fogueiras acesas pelos índios nas margens do estreito e batizou a ilha como Terra do Fogo).

A Galeria-Museu também nos apresenta um pouco sobre as expedições, a chegada dos colonizadores, a descoberta do Canal Beagle, sobre a vinda de Fitz Roy e Charles Darwin, além das expedições polares e de quando Ushuaia serviu como presídio para condenados a crimes graves e também presos políticos. 

É um verdadeiro passeio pela história de Ushuaia e como fomos logo no primeiro dia, achei excelente para a gente ter esse conhecimento e se ambientar com a região. Super recomendo a visita à Galeria logo no primeiro dia mesmo, se possível.

Ainda no mesmo prédio da Galeria Fueguina, no último andar, está o restaurante Taberna del Viejo, onde aproveitamos para fazer uma pausa contemplativa para a paisagem do Canal Beagle e também para uma cerveja e uma refeição, antes de voltarmos para o hotel Arakur. O restaurante é temático, com decoração divertida e muitas referências náuticas. A comida estava gostosa (pedi um arroz de frutos do mar... hummmm... delicinha!). E assim encerramos o primeiro dia.

. 2°dia: 

Nosso segundo dia foi um dos mais esperados por mim e logo cedo fomos para a Laguna Esmeralda com a agência Brasileiros em Ushuaia.

Foi o passeio de maior aventura que fizemos em Ushuaia, uma trilha guiada - trekking pelos bosques e vales da Patagônia Argentina. Saímos de Ushuaia pela linda Ruta 3, com destino ao ponto de início da trilha. 

Em relação às roupas, é bastante importante saber que essa trilha suja um bocado o tênis e pode também sujar a calça, pelo menos a barra. Depende um pouco da época do ano, se choveu ou não nos dias anteriores, se a trilha estará com mais ou menos barro. 

Pelo que entendi, a Trilha da Lagona Esmeralda como um todo já foi bem pior e, agora, como há algumas passarelas que protegem trechos da trilha, evitando que as pessoas passem por cima da turba (uma vegeteção característica de lá que lembra uma esponja e absorve muita água, portanto, é um trecho bem alagado), tem menos chance de afundar o pé em fala e água. Porém, eu recomendo:

• tênis à prova d`água e térmico
• calça também à prova d`água e de preferência térmica (calça de trilha)
• um casaco também à prova d`água e térmico + uma fleece e uma blusa por baixo de malha

Mais uma vez, a época do ano quando será feita a trilha vai ditar se o que eu listei acima está suficiente ou não, se precisa se agasalhar mais. Eu também levei gorro e luvas e nós recebemos da agência um bastonete de trilha para auxiliar. 

E se não tiver todas essas roupas? Não se preocupe! No centrinho de Ushuaia há muitas lojas de aluguel de roupas. Eu e Julio alugamos as calças, por exemplo, pois os demais itens nós tínhamos.

Para vocês terem uma ideia, nevou quando chegamos na Laguna Esmeralda! Ou seja, estava frio, em pleno verão! Aliás, foi lindo! 

No geral, a dificuldade da trilha é baixa e nós estávamos o tempo todo acompanhados por uma guia experiente que orientou a respeito dos melhores caminhos. Dá para fazer sem guia? Dá sim! Eu recomendo? Não! 

Apesar de ser uma caminhada com baixa dificuldade na maior parte do tempo, a trilha se dá em meio à muito barro, lama e é sim uma caminhada de respeito, com alguns trechos em pedras. Foram cerca de 2 horas de caminhada com paradas para descanso e muitas fotos (claro!), até chegarmos à famosa Laguna Esmeralda!

Aprendemos muito pelo caminho sobre a flora e a fauna e pudemos ver a ação dos castores, que desviam o curso da água, formam suas lagoas, constroem diques. Os castores foram levados do Canadá para Ushuaia há quase 100 anos para uma tentativa de alavancar a indústria da pele. Não deu certo e hoje, sem predador natural, eles reinam plenos pelos bosques da região, causando certos estragos porque eles roem os troncos, já que seus dentes estão em constante crescimento, e isso causa a derrubada de árvores, além da construção das lagoas artificiais, alteração do curso de rios, construção de diques e ilhas artificiais. É um problema bem sério para o meio ambiente que o governo ainda não conseguiu solucionar e há quem diga que existe mais castor em Ushuaia do que humano. 

Mas vamos falar sobre a linda Laguna Esmeralda! É impactante chegar lá com sua beleza e, mesmo em um dia nublado e com neve caindo, a nossa alegria pela conquista foi imensa. A paisagem é realmente de tirar o fôlego e não a toa que se trata de um dos cartões-postais de Ushuaia!

A Laguna Esmeralda é alimentada pelo imponente glaciar Ojo del Albino e sua cor azulada é maravilhosa! 

Após contemplar a beleza da Laguna, ainda tivemos tempo para um pequeno lanche incluso no passeio (a agência levou para a gente um lanche com alfajor, suco, sanduíche e serviram café e chá), antes de iniciarmos a trilha para retornar ao ponto de partida. Se a trilha da ida levou cerca de 2h, a trilha de retorno foi de 1h30, percorrendo no total cerca de 10km.

Só digo uma coisa: esse é um passeio imperdível! Valeu cada minuto de esforço! AMEI!!!

Depois deste passeio, nós fomos direto ao Restaurante Reinamora, onde tivemos um almoço divino, com uma vista cinematográfica para o Canal Beagle.

O restaurante fica no hotel Los Cauquenes Resort, um pouco mais afastado do centrinho, mas em meio a uma paisagem de praias do canal que realmente deixaram a experiência ainda mais memorável. Após tanto cordeiro patagônico em El Calafate, aproveitei para experimentar os peixes e frutos do mar em Ushuaia! Todos os pratos estavam deliciosos.

Para quem desejar uma experiência gastronômica mais reservada, mais intimista, mais sofisticada, super recomendo.

E como nosso dia ainda não havia terminado, fomos ainda ao Museu Marítimo que ocupa algumas alas do antigo Presídio de Ushuaia. Se os Estados Unidos tinham Alcatraz, a Argentina tinha Ushuaia. Afinal, a lógica daquela época era: que lugar melhor do que o próprio Fim do Mundo, isolado, para abrir um presídio para apenados por crimes graves?

O curioso e talvez mórbido seja o fato de que foi justamente o presídio que alavancou o desenvolvimento da Terra do Fogo, no início do século passado, pois a construção do presídio acabou levando funcionários para lá, além de eletricidade, telefone, serviços e pequenas indústrias. O presídio existiu até 1947, quando foi enfim fechado. O presídio chegou a ter 600 prisioneiros e obviamente muitas histórias envolvendo tentativas de fuga.

No Museu, há o resgate desta história, inclusive, por ter ficado abandonado por décadas (o museu foi aberto em 1995), eles mantiveram uma ala do presídio original intacta que podemos percorrer e efetivamente ter uma boa ideia de como era no passado. Tem até passeio noturno com um quê de caça-fantasma. Mas este eu dispenso.

Além da história do presídio, no Museu é possível conhecer mais sobre as primeiras expedições desbravadoras da região, sobre os navegadores e também sobre os povos originários. Nós, infelizmente, não conseguimos fazer a visita guiada, mas super recomendo, pois, além de ter a oportunidade de aprender mais, a visita guiada é gratuita e há muita informação para os curiosos. Até encontramos informação a respeito da Aurora Austral! Nunca tinha ouvidor falar dela, mas apenas da Aurora Boreal. Mas sabia que a Aurora Austral existe também? Por essas e outras que a visita ao museu merece também a sua atenção.

. 3° dia: 

Se no dia anterior visitamos o antigo presídio, nosso terceiro dia começou com um dos mais famosos passeios de Ushuaia: o Trem do Fim do Mundo!

Quem levou a gente para esse passeio foi a agência Tours by Design, que nos buscou no hotel, levou para a estação de trem e depois, ao final do percurso, estava já lá aguardando a gente para seguirmos passeando pelo Parque Nacional.

• Obs.: você consegue sim fazer só o passeio de trem sozinho, por sua conta, sem precisar de agência. Neste caso, você vai e volta de trem. Mas eu não recomendo. Só a ida de trem já será suficiente para contemplar a paisagem. Além disso, o Parque Nacional é enorme e será impossível você passear pelas atrações principais dele sozinho, a pé, só com caminhada (a não ser que você seja um trilheiro profissional rsrs). Ir com a agência vai otimizar seu tempo porque, dentro do Parque, eles levarão aos pontos de interesse e os deslocamentos, mesmo de carro, são longos. 

Uma linha de trem que era justamente usada pelos presidiários que eram obrigados a trabalhar nos bosques da região para cortar árvores. O passeio tem um cunho contemplativo e também histórico-educacional, já que, ao longo do percurso, somos convidados a ouvir no áudio-guia as explicações sobre o bosque, a região, a atividade desempenhada pelos presidiários por cerca de 40 anos, tempo que o presídio permaneceu em funcionamento.

• Curiosidade: nesta região da Patagônia, em razão do frio e neve, a decomposição é muito muito lenta. Por isso vemos ainda hoje, quase 100 anos depois, árvores tombadas, troncos cortados, já que não decompuseram ao longo dos anos, o que muitas vezes confere à paisagem um ar meio sombrio ao vermos tantas árvores tombadas, caídas, muitas em razão do vento, erosão, outras em função também da ação dos castores.

Não sei vocês, mas eu adoro um passeio de trem! E este é bem completo e, melhor ainda, no Fim do Mundo! É um passeio excelente para fazer com crianças também. 

O percurso dura cerca de 1 hora e inclui uma parada para desembarque para ver de perto a Cascata de la Macarena. 

O trem vai bem devagar para que realmente consigamos assimilar bem todas as paisagens do entorno.

Assim que desembarcamos no ponto final do Trem, a agência Tours by Design já estava nos aguardando para então iniciarmos o passeio dentro do Parque Nacional Tierra del Fuego.

O Parque é enorme, com 68.909 hectares. Abrange o extremo sul dos Andes, o Lago Fagnano e a floresta subantártica ao litoral do Canal do Beagle. 

A ideia do passeio era conhecer os pontos de interesse principais para ter uma noção da sua geografia, um pouco de conhecimento da flora e fauna. As paisagens são muito lindas para todos os lados e sua topografia que reúne montanha, bosque e mar que nos encantou! Nós, inclusive, passamos por um enorme Turbal! A turba é uma vegetação esponjosa que acumula muita água e é muito preservada na Patagônia devido a sua importância pela água potável que guarda. Vimos também as árvores lengas, as siempre-verdes.

Nossa primeira parada foi no Correio mais Austral do Mundo, onde pudemos estampar o passaporte com carimbo de lá. Na verdade, só o Julio colocou o selo do passaporte porque eu estava sem o meu rsrs... e ficou tão fofo o selo com os pinguins que eu me arrependi de não ter feito. É um serviço cobrado à parte, mas foi baratinho e acho que vale a pena (especialmente hoje em dia em que está cada vez mais raro conseguir um carimbinho no passaporte, né?).

Também paramos na Bahia de Lapataia, onde se encontra o marco final da estrada mais ao sul do planeta, a Ruta 3, ou seja, literalmente chegamos ao Fim do Mundo rsrs... há passarelas e deques para caminhadas contemplativas que são excelentes para curtir o entorno e fotografar essa região.

É um passeio super tranquilo, que dura meio dia e bem contemplativo! Perfeito para todas as idades.

Ainda dentro do Parque Nacional, fizemos uma pausa para almoço no Restaurante Alakush, de onde, mais uma vez, pudemos apreciar uma vista UAU, digna de uma pintura saída de uma tela. O restaurante é enorme e serve refeições e lanches. 

A depender do seu tempo, super vale a pena uma parada nele para descansar um pouco, pois ele conta com uma ótima infraestrutura de banheiros e, como disse, atende muito bem a quem está com pressa e quer somente um lanche ou um café como também a quem está com mais tempo disponível e deseja uma refeição mais completa. 

Mas nosso dia ainda não havia terminado e, após o almoço, fomos direto para a região portuária de Ushuaia, que ainda não havíamos conhecido. Nela há uma placa daquelas bem fofas e onde todo mundo tira foto rsrs... tem que tirar, né? Os quiosques de várias agências de turismo que vendem passeios, principalmente os passeios de navegação, também estão ali no porto.

Partimos para mais uma aventura e o tão esperado passeio de Navegação pelo Canal Beagle com a Pinguineira, realizado pela Terramar Turismo.

• Dica: nosso passeio estava com saída marcada para às 15:30. Nós embarcamos por volta das 14:45 e a embarcação já estava super cheia! Todos os lugares junto às janelas estavam ocupados porque não há assentos marcados. É por ordem de chegada mesmo. Portanto, não precisa esperar propriamente o horário de embarque. Vá antes se quiser garantir um lugar legal, especialmente no segundo andar. A gente ficava subindo e descendo o tempo todo. Então, na verdade, como estávamos bem agasalhados, suportamos o frio para ficarmos do lado de fora contemplando a paisagem em boa parte do passeio. Outra dica é essa: durante o passeio, na parte externa, faz MUITO FRIO!! Por causa do vento. Vá preparado!

Bem, esse é aquele passeio que TEM QUE FAZER!! Precisa entrar no seu roteiro. E esteja certo de que inclua a Pinguineira, tá? Nem todas as navegações vão até a Isla Martillo, onde vivem os pinguins. Muitos fazem o passeio curto pelo Canal Beagle. Na hora de agendar o seu passeio, solicite que seja com a Isla Martillo porque é inexplicável ver os pinguins de pertinho. Sem dúvidas, um dos pontos altos do passeio. Eu confesso que queria pegar um deles e trazer para casa comigo kkkk... 

Mas é claro que a Navegação pelo Canal Beagle como um todo é muito linda. Avistar Ushuaia ao longe, emoldurada pela Cordilheira dos Andes, observar de um lado do canal a Argentina e do outro lado do canal o Chile, já que ambos países compartilham o Canal, passar por ilhas repletas de leões marinhos e focas, muitos faróis e até baleias nós vimos!! 

A gente volta a ser criança num passeio desses. Impossível não se emocionar! 

O passeio, que iniciou às 15:30, chegou de volta em Ushuaia por volta das 20:30. Dentro da embarcação há banheiros, lojinha de souvenirs e pequenos lanches e bebidas. Nós aproveitamos para experimentar algumas cervejas locais e vinhos. 

E, no retorno, tivemos um gran finale: um pôr do sol tímido, mas lindo também!

. 4° dia: 

Em nosso quarto dia de passeios em Ushuaia, tivemos um pouco mais de aventura: Tour Lagos Off Road 4x4 com Cavalgada, realizado pela agência Lagos Baqueanos começou cedinho e durou o dia inteiro. Saímos pela manhã e já voltamos final da tarde. 

Um passeio completo e diferente que super recomendo também, principalmente para quem gosta de cavalgar porque é uma oportunidade única de andar a cavalo num cenário extraordinário e a agência Baqueanos é a única que realiza esse passeio com a cavalgada.

Tivemos uma grande imersão pela natureza da Terra do Fogo, mas por outras perspectivas e isso que me encantou porque todos os passeios foram diferentes e complementares. Em nenhum momento tivemos a sensação de ser mais do mesmo, sabe? Pelo contrário, o tempo todo a gente se surpreendia com as paisagens e com a oferta de passeios que a região possui! 

O passeio em si conta com trechos off-road em estrada de chão, com direito a entrar numa lagoa com o carro inteiro rsrs, além de pausas contemplativas, caminhadas, um café pela manhã e uma Parrilla de tarde que estava estupenda.

Mas, sem dúvida alguma, um dos momentos mais emocionantes foi a cavalgada! Foi uma cavalgada curta pelo Bosque e Lago, que durou cerca de 30 minutos, mas com direito a descidas e subidas... e mais paisagens lindas e emoção!

Para mim, foi a medida certa! Adorei! Eu, que tenho zero experiência com cavalos e foi a terceira vez na minha vida que cavalguei, sobrevivi rsrs

Só achei um pouco mais tensa a parte da descida, mas foi a dose certa de emoção! E acreditem se quiserem: essa foi a 1a vez na vida que eu e Julio cavalgamos juntos! Mais uma experiência para a nossa bagagem.

E como foi um passeio super completo, com uma refeição bem farta - a parrilla estava uma delícia - ao retornarmos para Ushuaia, fomos direto para ao Hotel Arakur e ficamos por lá mesmo curtindo a piscina do hotel e o entardecer. Fizemos mais nada rsrs...

. 5° dia: 

E chegou o nosso último dia em Ushuaia! Passou rápido demais. Acordamos cedo para aproveitar bem a a manhã no hotel e fomos direto para a piscina, que abre às 8h e ficamos por lá um bom tempo rsrs... Tomamos um café da manhã (sempre farto e maravilhoso) na sequência e ainda tivemos tempo de fazer uma trilha curta, de reconhecimento do entorno do hotel, que fica localizado em uma colina, dentro da Reserva Arlaken.

A nossa trilha foi guiada e recebemos explicações a respeito do hotel, seu entorno, vimos um pequeno turbal e chegamos em um mirante 360° onde pudemos sentir a natureza que circunda o hotel. É magnífica! 

As trilhas são abertas a todos os hóspedes e podem ser feitas com guia ou por conta própria. 

Assim, finalizamos a nossa estada em Ushuaia, no Fim do Mundo, com um roteiro que eu amei fazer e achei que contemplou o principal que a cidade oferece para a gente voltar com aquele gostinho de quero mais! 

Agradeço ao Turismo de Ushuaia pelo carinho e apoio e por ter organizado um roteiro tão lindo para a gente e espero que vocês tenham gostado também.

GASTRONOMIA EM USHUAIA

Eu já descrevi acima como foi cada uma das experiências gastrômicas em Ushuaia, mas apenas para fins de facilitar a localização dos nomes dos restaurantes onde estivemos, listei abaixo cada um que conhecemos. Recomendo todos. 

. Taberna del Viejo

. Marcopolo Free Life

. Restaurante Reinamora

. Restaurante Alakush (dentro do Parque Nacional)

. Restaurante Don Hotel Arakur

. O passeio Lagos 4x4 incluía almoço, uma parrilla deliciosa